O Globo Repórter sobre o "fim do mundo", exibido em 10 de fevereiro de 2012, evidenciou que a linha editorial do programa permanece essencialmente inalterada há décadas. Trata-se de uma abordagem que frequentemente envolve fenômenos naturais em um véu de misticismo. Essa tendência já era visível na edição sobre o cometa Halley, em 1985.
Parece haver, por parte dos idealizadores do programa, a suposição de que a ciência e seus métodos seriam complexos demais para o público brasileiro. Como resultado, a maior parte da edição foi dedicada à exposição das ideias de astrólogos, neohippies e indivíduos paranoicos. Um dos momentos mais pitorescos veio de um senhor de Alto Paraíso de Goiás (GO), identificado como engenheiro eletrônico, que afirmou que “atividades solares” poderiam provocar terremotos, furacões e tsunamis.
Recomendo a esse senhor que envie suas descobertas à Science ou à Nature. Até onde sei, não há qualquer evidência robusta na literatura científica que sustente tal correlação. Caso ele a tenha encontrado, o mundo acadêmico certamente aguardará ansioso sua publicação.
Abaixo, segue o episódio do Globo Repórter em questão. Jornalista não é cientista. Mas talvez já esteja mais do que na hora de a Rede Globo, uma das maiores emissoras de televisão do planeta, contar com um consultor científico fixo em sua redação.
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