quarta-feira, 21 de dezembro de 2022
Asteroides e montes de pedras
sábado, 17 de dezembro de 2022
O colonialismo cultural na ciência
Essa postagem parece um discurso de quem que se recusa a se adaptar ao status quo do mundo. Não concordo com muita coisa por ai, mas não sou um revolucionário. Todavia, eu estou escrevendo este depoimento como uma forma de catarse, e também porque acho importante deixar isso registrado para gerações futuras de cientistas brasileiros. No dia 15-12-2022, eu mandei um short communication para o "The Astronomer's Telegram" (Atel). Eu analisei dados de dois near-Earth asteroids que eu havia observado em 2013 e 2014. Dados destes objetos já haviam sido publicados no Atel. Portanto, considerei razoável divulgar meus resultados neste canal, apesar do tempo decorrido. No dia seguinte fiquei abismado em receber um e-mail de um pesquisador do INAF/IAPS, em Roma (Itália). O pesquisador reportou que havia ficado surpreso de ter visto um telegrama apresentando observações feitas há quase 10 anos, que o Atel foi concebido para divulgar observações novas ou eventos transientes ou requisições de acompanhamento destes corpos e, pasmem, não efetuar confirmações de observações já divulgadas naquele canal. O pesquisador mandou uma cópia de seu e-mail para o editor do Atel. Respondi ao pesquisador romano dizendo que dados não processados e publicados não contribuem para a ciência, e confirmação faz parte da praxe científica.
Uma rápida busca no Google apresentou o pesquisador romano como um senhor de idade, o que presumo estar associado à sabedoria e bom senso, e que trabalha há décadas com astrofísica de estrelas variáveis e de altas energias. O pesquisador começou a publicar quando eu nasci, em 1973!
Ciência sem confirmação não é ciência. A futuristica sede do INAF/IAPS fica a poucas dezenas de quilômetros do Colégio Romano. Quatrocentos anos antes do e-mail do pesquisador romano, as luas de Júpiter foram observadas por padres/professores desta instituição, confirmando a descoberta de Galileo.
Por que o pesquisador romano esquece do básico do método científico? Uma hipótese está associada ao colonialismo cultural. A Europa brutalmente invadiu e colonizou as Américas, África e Asia. Eu nasci, resido e orgulhosamente constitui família e carreira científica no Brasil, uma ex-colônia portuguesa. A dominação colonial implica em impor aos colonizados uma pretensa superioridade moral e intelectual dos colonizadores. Suponho que o pesquisador romano tenha se autoinvestido desta autoridade para julgar o que pode ou não ser publicado num canal que não criou ou tem ligação formal. Paradoxalmente o pesquisador está ligado a um grupo da IAU de preservação de dados astronômicos históricos.
Posso concluir que com quase 50 anos de idade e com um pós-doutorado, sofri bullying de um senhor com mais de 70 anos, residente no outro lado do Atlântico, o qual nunca ouvi falar, não tenho qualquer vínculo, e que sequer trabalha na minha área de pesquisa.
Ele mandaria um e-mail dessa natureza para um pesquisador que não fosse do sul global? Ele abreviaria doutor com "d" minúsculo? Será que ele sabe que tenho um artigo publicado na revista da Accademia Nazionale delle Scienze detta dei XL?
Mandei a resposta ao pesquisador há mais de 24 h. Não recebi mais nada dele. O editor também não me contactou. Não perdi minhas credenciais para postar no Atel. O mais interessante é que não postava nada deste 2015!
Meu conselho? Não abaixe a cabeça para pesquisadores estrangeiros por maior que seja seu renome na comunidade. Ser formado em universidades europeias ou dos EUA não implica automaticamente em ser um pesquisador excepcional e competente. Opine e critique. Suas ideias podem ser melhores que as desses pesquisadores. Muitos são extremamente conservadores, monolíticos, e permanecem na mesma linha de pesquisa do doutorado por toda a carreira, fazendo o conhecido "feijão-com-arroz". Em geral, tem um número muito grande de publicações em revistas de impacto porque trabalham em grupos. Já encontrei pesquisadores com milhares de citações no Google que não são o primeiro autor em artigos há anos. Ah! Eles também erram. Neste mesmo 2022, o pesquisador romano confundiu um pixel quente numa imagem CCD com um outburst em quasar.
Já me deparei com pareceristas de artigos sobre meteoros que claramente não dominavam conceitos básicos de estatística e probabilidade, que ensino para alunos do primeiro semestre da UFRB, e que diziam que eu não os estava utilizando corretamente. Neste pareceres configuraram expressões populares ou sarcásticas como "laranjas e maçãs" ou "santo graal", que o editor da revista irresponsavelmente deixou passar.
Não foi a primeira vez que tive problemas na interação com pesquisadores italianos. Poderei falar sobre isso em uma futura postagem se achar pertinente.
Considerei esta situação tão vexatória que resolvi ocultar o nome do autor do e-mail e denominá-lo de "pesquisador" ou "pesquisador romano" ao longo de todo o texto. Aprendi com minha família a ter respeito a pessoas mais velhas e como cientista a admirar a carreira de terceiros.
Abaixo reproduzo a sequência de e-mails:
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Dear dr. Betzler, I was rather surprised to see in your ATel #15812 the
report of observations made nearly ten years ago! I was convinced that
ATels are supposed to be used to communicate new or very recent
observations to help follow-up by other observers, not to confirm old
observations already published on ATel at due time.
Sincerely yours
xxxxxx
--
Associated Researcher at INAF/IAPS-Roma, Italy
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Dear Dr. xxxx,
Thank you for your email and your observations. However, I must remind you that there are thousands of gigabytes of data on our personal hard drives and in the observatories' public storage. If these data are not processed and published, they do not contribute to the development of science, and confirmation is an important part of that.
Sincerely
Alberto S. Betzler
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sexta-feira, 4 de novembro de 2022
Um belo gráfico
sexta-feira, 23 de setembro de 2022
OVNI em Salvador
terça-feira, 2 de agosto de 2022
segunda-feira, 1 de agosto de 2022
2006 VV2
terça-feira, 28 de junho de 2022
Pôr do Sol na Ponta de Humaitá
Sequência do pôr do sol registrada em 18-06-2022 UT na Ponta de Humaitá, em Salvador (Bahia), com a câmera de um Iphone 13.
quinta-feira, 5 de maio de 2022
Conjução Júpiter-Vênus de 2022
Imagens da conjunção Júpiter-Vênus obtidas em Salvador (BA):
a) J. Vinny Almeida às 04:13 (UT-3 h) de 01-05-2022 usando um zoom de 50 vezes, com a câmera de um celular Xiaomi Mi Note 10.
b) Autor desse blog às 05:14 (UT-3 h) de 02-05-2022 usando a câmera de um celular Iphone XR, f/1.8, tempo de exposição 1/30 s, e ISO 640.
(a) |
(b) Seta. Um zoom de 400 x do Google Chrome permite uma melhor visualização do evento. |
quinta-feira, 28 de abril de 2022
OVNIs Fantasmas
terça-feira, 26 de abril de 2022
Região Centauro-Cruzeiro-Carina com um celular
sábado, 9 de abril de 2022
Pores do sol coloridos
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022
Lua Cheia
Lua cheia visível na frente da entrada principal do Shopping Bela Vista, em Salvador (BA). Imagem obtida em 16-02-2022 UT, com a câmera digital de um Iphone XR.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2022
Pôr do Sol colorido e o vulcão na Oceania
Fotos mostrando o pôr do Sol de Salvador de 24-01-2022, aproximadamente às 21 h UT. As imagens foram obtidas por uma colega de escola da minha filha no bairro do Carmo, Centro Histórico de Salvador. Ao contrário do mencionado na TV, eventos tão intensos como este não são comuns ou vinculados a uma dada época do ano. Pequenos grãos de poeira em suspensão na alta atmosfera espalham mais eficientemente a luz do Sol em cores que nossos olhos interpretam como azul, chegando aos olhos do observador esses belos tons avermelhados. Estes grãos podem ser oriundos da forte explosão do vulcão Hunga Tonga–Hunga Haʻapai, em Toga, ocorrida em 15-01-2022. Pores do sol similares foram reportados em outras partes do mundo, como no Arizona (EUA) e no Rio de Janeiro, após a explosão.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2022
Lua e o Lar Franciscano e Capela Santa Isabel
domingo, 16 de janeiro de 2022
Estação Espacial Tiangong
(a) - 22:11 UT |
(b) - Imagem original |
sábado, 15 de janeiro de 2022
X-37B
Passagem da espaçoplano robótico X-37B registrada no bairro do Santo Antônio, Centro Histórico de Salvador. As imagens foram obtidas com uma câmera Canon Rebel T100, em 14-01-2022, com tempo de exposição de 15 s, ISO 1600, obturador f/5.6 e distância focal de 50 mm. O traço causado pelo movimento próprio do objeto é indicado por uma seta nas imagens.
22:34 UT |
22:35 UT |
O colonialismo cultural na ciência
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