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sábado, 12 de maio de 2018

Um estranho no ninho

Uma equipe de astrônomos, utilizando o telescópio VLT do Observatório Paranal do ESO e o Hubble Space Telescope, identificou que o objeto do Cinturão de Kuiper 2004 EW95 é do grupo taxonômico C. Esta região do sistema solar encontra-se além da órbita de Netuno e é caracterizada por objetos com centenas ou milhares de quilômetros de diâmetro e natureza muito similar a núcleos de cometas, ou seja feitos essencialmente de gelo de água. A descoberta deste objeto colabora com um modelo que sugere esses asteroides podem ter sido lançados para as regiões mais externas do sistema solar pela ação de ressonâncias orbitais com planetas gigantes gasosos em formação.

Impressão artística do asteroide 2004 EW95. Não há uma curva de
luz deste objeto que permita especular sobre seu formato. Fonte:ESO/M. Kornmesser
Órbita do objeto (vermelho).  Em verde claro, num mesmo plano, temos as
órbitas de Netuno, Urano e Saturno. Note a grande inclinação da órbita do asteroide com relação
ao plano do sistema solar. Fonte: ESO/L. Calçada

EsoCast # 160 tratando da descoberta.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Um asteroide com anéis

Hoje foi divulgada a descoberta de um sistema de anéis ao redor do centauro (10199) Chariklo. Esta descoberta foi realizada por um grupo de astrônomos liderados pelo brasileiro Felipe Braga-Ribas. O sistema é provavelmente constituído por dois anéis, com larguras de 7 e 3 km, separados por uma divisão de 9 km. Semelhante aos anéis de Saturno, com sua famosa divisão de Cassini, especula-se que a divisão nos anéis de Chariklo seja causada pela força gravitacional de um ou mais satélites. Este(s) hipotético(s) objeto(s) pode(m) orbitar Chariklo na região da divisão. A(s) força(s) gravitacional(is) do(s) satélite(s) sobre os fragmentos do anel pode(m) fornecer energia suficiente para que estes últimos deixem a região da divisão. A origem dos anéis pode ser associada a processos colisionais. A descoberta dos anéis foi possível através da observação da ocultação da estrela UCAC4 248-108672 pelo objeto. Este fenômeno ocorreu em 03-06-2013 UT, e sua observação foi possível apenas em uma estreita faixa no sul da América do Sul. As observações envolveram observatórios profissionais e amadores no Brasil, Chile, Uruguai e Argentina. Este resultado somente foi possível por dois fatores: i) observações astrométricas prévias do objeto, que refinaram sua órbita, tornando possível a previsão da ocultação e ii) colaboração entre astrônomos profissionais e amadores, algo infelizmente raro em nosso país, devido a preconceitos de alguns profissionais e/ou à falta de instrumentação adequada entre os amadores.

Parabéns ao grupo pela grande descoberta. Considero lastimável que a TV brasileira não tenha divulgado este resultado no dia de hoje.

Abaixo, um vídeo do ESOCast sobre a descoberta, apresentado pelo Dr. J com seu peculiar inglês.




domingo, 1 de setembro de 2013

Gêmea Solar

Imagem CCD LRGB da estrela gêmea solar HIP-102152 (seta), obtida com o telescópio "Dome 2" do Observatório Slooh das Ilhas Canárias (Espanha). Esta estrela é cerca de quatro bilhões de anos mais velha que o Sol, e o estudo de suas propriedades forneceu uma pista a mais para a solução do chamado "problema do Lítio". Parabéns pela descoberta à equipe liderada por astrônomos do IAG-USP.



quinta-feira, 20 de junho de 2013

ESO - Panoramas



Telescópios 1,52m (centro-esquerda da imagem) e 1,54m Danish no ESO
 em La Silla (Chile).
Foto obtida pelo autor em dezembro de 1997/janeiro de 1998


NTT em 1997/1998



sexta-feira, 6 de abril de 2012

Primeiro planeta de origem extragaláctica

ESOcast 24 discutindo a descoberta de um novo exoplaneta. Este planeta, com uma massa semelhante a de Júpiter, orbita uma estrela gigante vermelha. Esta estrela pertencia a uma antiga galáxia anã do grupo local, absorvida pela Via Láctea. Este é o primeiro planeta detectado que foi formado fora da Via Láctea. Planetas podem ser comuns no universo próximo.





quinta-feira, 29 de março de 2012

ESO - 50 Anos - Vídeo Comemorativo - (1)

Parte um do vídeo comemorativo pelos 50 anos da fundação do ESO. No vídeo são apresentados os primórdios da exploração científica do céu do hemisfério sul pelos europeus. Um exemplo é o pioneiro survey realizado por Sir John Herschel na atual África do Sul.

sábado, 10 de março de 2012

No ESO - (1)

Fotos do SEST em dezembro de 1997. Eu andei da hospedaria do ESO até o sítio deste telescópio  para conhece-lo. Chegando lá, minha entrada foi impedida por uns cachorros vira-latas. Dei meia volta. Não estava muito a fim de levar mordidas. Tirei algumas fotos do instrumento. O SEST foi desativado em 2003 assim como diversos telescópios em La Silla.



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ESO - Longa exposição do céu austral

Estrelas circumpolares austrais. Imagem obtida no teto da cúpula do telescópio de 1,5m em dezembro de 1997. O tempo de exposição foi de cerca de duas horas. A  câmera usada foi uma Zenit 12XS e filme ASA 100. As linhas sinuosas luminosas são causadas pelos faróis de carros em movimento dentro do observatório.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Indo para o ESO - (2)

Chegando a La Serena, foi levado para o escritório do ESO. Lá descobri que o ônibus que leva os funcionários para o observatório já havia saído. Um funcionário do ESO me levou para rodoviária e me colocou num ônibus comum. Lembro que ele falou inglês comigo o tempo todo. O problema é que  compreendi bem pouco. Naquela época, só falava português e um inglês sofrível do tipo "Me Tarzan, You Jane".  Junto comigo foram um rapaz, uma senhora e seu filho. Pelo que me recordo, o rapaz acabará de ser empregado em La Silla. A senhora e a criança eram parentes de um funcionário do observatório. Quase não conversei com ela. Falei para o rapaz que estudava em um universidade pública e não pagava nada por isso. Ele ficou surpreso pois, no Chile, o ensino superior é pago. Fique igualmente surpreso quando, em La Serena, vi uma senhora regando um jardim público. A água usada vinha da casa da senhora. Por volta de duas horas de viagem, o ônibus parou no meio do deserto. Ficamos os quatro na beira da bem conservada estrada,  por uns quinze minutos, até que uma van branca apareceu. A van era do ESO e possuía um ar condicionado maravilhoso! A van nos conduziu ao observatório. Acho que nunca senti uma emoção maior do que ver a montanha de La Silla pela primeira vez. Abaixo uma foto que tirei nesta curta viagem:


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Indo para o ESO - (1)

Viagem de Santiago de Chile para La Serena em dezembro de 1997. 


Bandeira chilena vista sobre um dos prédios do aeroporto de Santiago

Cordilheiras vistas através da janela do avião da LADECO com o qual voei para La Serena.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Pôr do Sol no ESO (La Silla)

Pôr do Sol fotografado em dezembro de 1997, no ESO de La Silla (Chile).

(1) Cúpula do telescópio de 1,5m. Fiz as fotografias do
 alto deste prédio

(2) O telescópio hoje esta desativado.

(3) Oeste de La Silla

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Brasil não cumpre o combinado com o ESO

Em 2010, no final do segundo governo Lula, o Brasil firmou um acordo com o ESO (Observatório Europeu do Sul). O Brasil passou a ser o décimo quinto associado deste grupo de países que mantém uma série de observatórios astronômicos no Chile. Nosso país é o primeiro membro não europeu. A cota brasileira é de cerca de duzentos e cinquenta milhões de euros, a ser paga em 10 anos. A primeira parcela deveria ter sido paga no início deste ano, mas isso não ocorreu. O que o Brasil perde com essa falha? Credibilidade internacional. Recentemente, é a segunda vez que o país entra em um consórcio internacional em ciência e tecnologia e não cumpre sua parte. A primeira vez ocorreu na década de 1990, quando o governo FHC assinou um acordo com o grupo responsável pela construção da ISS (Estação Espacial Internacional). O Brasil deveria contribuir com cem milhões de dólares e fornecer componentes para a estação. Foram disponibilizados apenas 10% do combinado, e as peças nunca foram entregues. O Brasil foi excluído do projeto.

O que o país perde com a nossa não adesão ao ESO?

  1. Possibilidade de ter acesso a telescópios de grande porte e periféricos de última geração: Esta característica é fundamental para a obtenção de dados de qualidade, que são essenciais para a formulação de modelos que descrevam a física dos objetos estudados.

  2. Possibilidade de capacitar nosso parque industrial em mecânica e eletrônica de alta precisão: O Brasil não só utilizaria os instrumentos do ESO, mas também contribuiria com a construção de periféricos e das estruturas mecânicas dos telescópios. Isso já ocorre nos projetos dos observatórios Gemini e SOAR, onde o Brasil forneceu espectrógrafos para o telescópio SOAR e a sua cúpula.

  3. Participação de nossas empresas nas licitações do ESO: Empresas dos países-membros participam de licitações para todo tipo de serviço ou produto utilizado pelo ESO. Isso pode resultar em transferência de divisas para nosso país.

Por que o MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) não cumpriu sua parte? A versão oficial está associada ao contingenciamento de recursos em 2011 devido à crise internacional. De fato, o MCT perdeu cerca de 20% de seus recursos no ano passado.

Espero sinceramente que o Brasil entre para esta organização. A Astronomia brasileira não pode ficar estagnada. Estávamos estagnados antes da entrada do país nos projetos Gemini e SOAR na década de 1990. Não podemos correr esse risco novamente. É um caminho sem volta.




O autor deste blog observando no
 ESO de La Silla em dezembro de 1997


domingo, 6 de novembro de 2011

Em algum momento do passado

Algumas fotos que mostram minha atividade profissional e pessoal nas últimas décadas:

No sul do Brasil, na cidade de Laguna (Santa Catarina), após o eclipse total
 do Sol de 03/11/1994
Somente eu, o último à direita, e mais três colegas
dessa foto permanecem trabalhando com astronomia nos dias de hoje.

O objetivo do meu grupo era registar o eclipse em vídeo. Nossa câmera estava equipada
 com um filtro feito de plástico Mylar. O professor Ronaldo Perseke esta à direita da foto,
usando óculos escuros.

Ao lado da cúpula do telescópio IAG de 0,6m do
Observatório do Pico-dos-Dias (MCT/LNA). Foto de outubro de 1997

Na estrada, entre os telescópios SEST e o ESO 3,6m. A minha direita estão cinco cúpulas (da esquerda para
 a direita da foto): 1,5mDanish, DENIS 1m, ESO 1,52m, ESO 2,2m e Câmara de Schmidt 1,2m.
 Foto de dezembro de 1997.


Com um discreto sorriso na sala de controle do telescópio de 1,52m do ESO. 
Foto de janeiro de 1998


O colonialismo cultural na ciência

  Esta postagem é uma forma de catarse e também um registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, envi...