domingo, 5 de fevereiro de 2023
O cometa 96P/Machholz e sua composição química: dá para acreditar em tudo que se lê na internet?
sábado, 17 de dezembro de 2022
O colonialismo cultural na ciência
Essa postagem parece um discurso de quem que se recusa a se adaptar ao status quo do mundo. Não concordo com muita coisa por ai, mas não sou um revolucionário. Todavia, eu estou escrevendo este depoimento como uma forma de catarse, e também porque acho importante deixar isso registrado para gerações futuras de cientistas brasileiros. No dia 15-12-2022, eu mandei um short communication para o "The Astronomer's Telegram" (Atel). Eu analisei dados de dois near-Earth asteroids que eu havia observado em 2013 e 2014. Dados destes objetos já haviam sido publicados no Atel. Portanto, considerei razoável divulgar meus resultados neste canal, apesar do tempo decorrido. No dia seguinte fiquei abismado em receber um e-mail de um pesquisador do INAF/IAPS, em Roma (Itália). O pesquisador reportou que havia ficado surpreso de ter visto um telegrama apresentando observações feitas há quase 10 anos, que o Atel foi concebido para divulgar observações novas ou eventos transientes ou requisições de acompanhamento destes corpos e, pasmem, não efetuar confirmações de observações já divulgadas naquele canal. O pesquisador mandou uma cópia de seu e-mail para o editor do Atel. Respondi ao pesquisador romano dizendo que dados não processados e publicados não contribuem para a ciência, e confirmação faz parte da praxe científica.
Uma rápida busca no Google apresentou o pesquisador romano como um senhor de idade, o que presumo estar associado à sabedoria e bom senso, e que trabalha há décadas com astrofísica de estrelas variáveis e de altas energias. O pesquisador começou a publicar quando eu nasci, em 1973!
Ciência sem confirmação não é ciência. A futuristica sede do INAF/IAPS fica a poucas dezenas de quilômetros do Colégio Romano. Quatrocentos anos antes do e-mail do pesquisador romano, as luas de Júpiter foram observadas por padres/professores desta instituição, confirmando a descoberta de Galileo.
Por que o pesquisador romano esquece do básico do método científico? Uma hipótese está associada ao colonialismo cultural. A Europa brutalmente invadiu e colonizou as Américas, África e Asia. Eu nasci, resido e orgulhosamente constitui família e carreira científica no Brasil, uma ex-colônia portuguesa. A dominação colonial implica em impor aos colonizados uma pretensa superioridade moral e intelectual dos colonizadores. Suponho que o pesquisador romano tenha se autoinvestido desta autoridade para julgar o que pode ou não ser publicado num canal que não criou ou tem ligação formal. Paradoxalmente o pesquisador está ligado a um grupo da IAU de preservação de dados astronômicos históricos.
Posso concluir que com quase 50 anos de idade e com um pós-doutorado, sofri bullying de um senhor com mais de 70 anos, residente no outro lado do Atlântico, o qual nunca ouvi falar, não tenho qualquer vínculo, e que sequer trabalha na minha área de pesquisa.
Ele mandaria um e-mail dessa natureza para um pesquisador que não fosse do sul global? Ele abreviaria doutor com "d" minúsculo? Será que ele sabe que tenho um artigo publicado na revista da Accademia Nazionale delle Scienze detta dei XL?
Mandei a resposta ao pesquisador há mais de 24 h. Não recebi mais nada dele. O editor também não me contactou. Não perdi minhas credenciais para postar no Atel. O mais interessante é que não postava nada deste 2015!
Meu conselho? Não abaixe a cabeça para pesquisadores estrangeiros por maior que seja seu renome na comunidade. Ser formado em universidades europeias ou dos EUA não implica automaticamente em ser um pesquisador excepcional e competente. Opine e critique. Suas ideias podem ser melhores que as desses pesquisadores. Muitos são extremamente conservadores, monolíticos, e permanecem na mesma linha de pesquisa do doutorado por toda a carreira, fazendo o conhecido "feijão-com-arroz". Em geral, tem um número muito grande de publicações em revistas de impacto porque trabalham em grupos. Já encontrei pesquisadores com milhares de citações no Google que não são o primeiro autor em artigos há anos. Ah! Eles também erram. Neste mesmo 2022, o pesquisador romano confundiu um pixel quente numa imagem CCD com um outburst em quasar.
Já me deparei com pareceristas de artigos sobre meteoros que claramente não dominavam conceitos básicos de estatística e probabilidade, que ensino para alunos do primeiro semestre da UFRB, e que diziam que eu não os estava utilizando corretamente. Neste pareceres configuraram expressões populares ou sarcásticas como "laranjas e maçãs" ou "santo graal", que o editor da revista irresponsavelmente deixou passar.
Não foi a primeira vez que tive problemas na interação com pesquisadores italianos. Poderei falar sobre isso em uma futura postagem se achar pertinente.
Considerei esta situação tão vexatória que resolvi ocultar o nome do autor do e-mail e denominá-lo de "pesquisador" ou "pesquisador romano" ao longo de todo o texto. Aprendi com minha família a ter respeito a pessoas mais velhas e como cientista a admirar a carreira de terceiros.
Abaixo reproduzo a sequência de e-mails:
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Dear dr. Betzler, I was rather surprised to see in your ATel #15812 the
report of observations made nearly ten years ago! I was convinced that
ATels are supposed to be used to communicate new or very recent
observations to help follow-up by other observers, not to confirm old
observations already published on ATel at due time.
Sincerely yours
xxxxxx
--
Associated Researcher at INAF/IAPS-Roma, Italy
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Dear Dr. xxxx,
Thank you for your email and your observations. However, I must remind you that there are thousands of gigabytes of data on our personal hard drives and in the observatories' public storage. If these data are not processed and published, they do not contribute to the development of science, and confirmation is an important part of that.
Sincerely
Alberto S. Betzler
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sexta-feira, 4 de novembro de 2022
Um belo gráfico
domingo, 28 de novembro de 2021
Imagens urbanas curiosas
Algumas fotos obtidas com câmeras de telefones celulares nas ruas de Salvador e interior da Bahia.
Amargosa - 2016: "Um Gol dentro do gol". |
Rua São José de Cima - 20-08-2019 |
Rua Professor Viegas - 26-10-2019 |
Rua Professor Alfredo Rocha - 01-11-2019 |
Rua dos Perdões - 04-11-2019 |
Avenida Jequitáia - 25-11-2019 |
quarta-feira, 25 de dezembro de 2019
O Astrônomo Leu "O Primeiro Homem: A vida de Neil Armstrong"
Capa do livro. |
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
Documento Especial - Ufologia
sábado, 3 de agosto de 2019
"Planform view" de Aeronaves
P-3AM - Força Aérea Brasileira -03-08-2019 UT. |
EMB-190/195 - Azul Linhas Aéreas Brasileiras- 13-07-2019 UT |
segunda-feira, 22 de julho de 2019
Chandrayaan-2
quarta-feira, 13 de junho de 2018
A ciência que eu faço - Jair Barroso Junior
sexta-feira, 1 de junho de 2018
Intervenção Extraterrestre Já!
Muitos desejam que tenhamos já um contato com uma civilização extraterrestre tecnologicamente avançada. O argumento usado é que isto poderia nos fazer evoluir mais rapidamente, fazendo com esqueçamos nossas "pequenezas". Entretanto, neste momento de nossa história, isto seria realmente benéfico para nossa espécie? O passado nos mostra que uma solução miraculosa, proposta ou desejada por um determinado grupo, pode não ser a melhor para toda a coletividade.
** Lendo "2010" e "3001", eu percebi que os ETs que construíram os monólitos eram um tanto radicais no seu objetivo de semear "vida inteligente" pela galáxia. Neste caso, a série "2001" poderia estar na categoria "Ah! Ah! Enganei vocês! :)".
quinta-feira, 24 de maio de 2018
Navio dos Tolos
Ilustração do artista Albrecht Dürer em Stultifera navis ("Navio dos Tolos") de Sebastian Brant, publicado por Johann Bergmann von Olpe (de), na Basiléia, em 1498. |
quinta-feira, 19 de abril de 2018
Artigo sobre William Herschel
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
Powerpoint do Cometa Halley
Usei o evidências empíricas para chegar a esta conclusão, não convicções.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
Teen Titans Explicam Como Dominar o Mundo (sem dar um tiro!)
domingo, 17 de dezembro de 2017
Uma Notícia de Jornal
É interessante notar a comparação morfológica com o 1P/Halley feita por estes observadores, cujo esplendor de maio de 1910 devia estar vivo na memória de todos. A associação ao cometa Biela feita pelo autor da nota é compreensível. O cometa Biela não foi tão brilhante quanto ao Halley ou Mellish, mas foi o primeiro que apresentou um impressionante processo de fragmentação do núcleo em 1845, que foi extensivamente estudado por diversos observadores espalhados pelo mundo. O cometa Mellish apresentou um processo similar quando se aproximava do Sol.
domingo, 3 de dezembro de 2017
Big, Bigger, Biggest - Telescópio
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
sábado, 26 de julho de 2014
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão (1935-2014)
segunda-feira, 23 de junho de 2014
O astrônomo leu "No Reino dos Astrônomos Cegos"
O livro se encerra de maneira igualmente interessante sugerindo as origens dos altos e baixos da radioastronomia em nosso país.
Recomendo a leitura para quem quer entender a razão de ser tão difícil fazer ciência de qualidade e competitiva no Brasil.
domingo, 8 de junho de 2014
Aquecedores Solares em Amargosa
O colonialismo cultural na ciência
Essa postagem parece um discurso de quem que se recusa a se adaptar ao status quo do mundo. Não concordo com muita coisa por ai, mas não...
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Imagens de um relógio solar no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida em Aparecida do Norte, estado de São Paulo. Este instrumen...
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Um grande meteoro foi visto aproximadamente às 23h de 20-04-2012 (02h de 21-04-2012 UT) nos estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo ...
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Imagens obtidas em 29-12-2012 do drone BQM- 1BR e seu propulsor turbojato "Tietê", quando expostos no antigo museu "Asas d...
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Primeiro meteoro esporádico detectado pela câmera grande angular do Barbalho (Salvador, Bahia), no ano de 2013. O registro ocorreu em 05:22 ...
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Imagens de um "canhão do meio-dia" e um "relógio solar" que pertenceram ao Imperador Dom Pedro II. Estes instrumentos ...