Curvas de luz rotacionais do cometas 63P e K1. |
Você pode encontrar algumas imagens usadas neste artigo nos seguintes links: 63P (1 e 2) e K1 (1, 2 e 3).
Curvas de luz rotacionais do cometas 63P e K1. |
A astrometria é a parte da astronomia dedicada à determinação das posições dos astros no céu. Graças às medições posicionais da Lua e do Sol realizadas há algumas centenas ou milhares de anos antes de Cristo por sacerdotes na Babilônia, foi possível desenvolver um calendário que culminou no que utilizamos atualmente. Com o advento da teoria gravitacional de Newton no início do século XVIII, foi possível justificar por que as órbitas dos planetas são elipses, conforme sugerido por Kepler. Essas descobertas só se tornaram viáveis devido às observações posicionais de planetas e cometas realizadas anteriormente.
Hoje em dia, um número excepcional de asteroides e cometas é descoberto anualmente por iniciativas profissionais e amadoras. Sem observações astrométricas precisas, as órbitas desses corpos ficam mal determinadas, o que pode levar à perda desses objetos. Um exemplo notável é o cometa 289P/Blanpain, que foi descoberto em 1819 e permaneceu perdido até ser reencontrado em 2013.
A astrometria pode ser realizada com um mínimo de recursos instrumentais e computacionais. Utilizando um telescópio com algumas dezenas de centímetros de abertura, equipado com uma câmera CCD e um PC, é possível montar uma estação astrométrica que contribua significativamente para a determinação das órbitas de asteroides e cometas. É fundamental que, mesmo em observações físicas desses corpos, suas coordenadas sejam determinadas e enviadas ao Minor Planet Center (MPC). O programa Astrometrica, desenvolvido por H. Raab, facilita consideravelmente esse trabalho.
NEO 1998 QE2 (círculo roxo) - Imagem no filtro R obtida em 29-05-2013 UT.
As estrelas envolvidas por círculos verdes pertencem ao
catálogo astrométrico USNO-B 1.0 e estão presentes no registro. As
estrelas dentro dos círculos amarelos foram rejeitadas no
processamento astrométrico. Imagem processada pelo
software Astrometrica. Posições medidas publicadas na MPEC 2014-J02. |
NEO 2003 GS - Filtro R - 25-04-2014 UT. Posições medidas publicadas na MPEC 2014-H46 |
NEO 2014 HV2 - 28-04-2014 UT - Soma das imagens obtidas nos filtros RGB. As imagens foram centradas no asteroide em movimento (não perfeitamente), justificando as múltiplas estrelas em linha. Posições medidas publicadas na MPEC 2014-H71 |
C/2012 K1 - Filtro B - 01-05-2014 UT |
NEO 2014 GY48 - Filtro R - 01-05-2014 UT. Posições medidas publicadas na MPEC 2014-JO7. |
Animações das mudanças morfológicas dos cometas PANSTARRS e Lovejoy durante um mês de observações, entre 3 de fevereiro e 6 de abril de 2014 (UT), com uma cadência média de uma imagem a cada sete dias. As imagens foram obtidas no Observatório Slooh, localizado nas Ilhas Canárias, Espanha, utilizando os telescópios "Dome 1" (para o cometa C/2013 R1) e "Dome 2". As variações na morfologia dos cometas podem ser atribuídas a um ou mais dos seguintes fatores: i) variação na distância heliocêntrica, ii) variação na transparência atmosférica no momento das observações, iii) diferenças no telescópio, detector ou tempo de exposição, iv) sublimação de voláteis devido à atividade solar, v) incremento súbito da atividade cometária (outburst), e vi) rotação do núcleo em torno de seu(s) eixo(s).
C/2013 R1 (Lovejoy) - Dez imagens obtidas entre 03-02 e 06-04-2014 UT |
C/2012 K1 (PANSTARRS) - Nove imagens obtidas entre 14-03 e 06-04-2014 UT. |
Esta postagem é uma forma de catarse e também um registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, envi...