Algumas imagens do telescópio Zeiss Jena de 0,6 metro, instalado no Observatório do Pico dos Dias (OPD). Esse instrumento é idêntico ao chamado "telescópio principal" do Observatório Astronômico da Serra da Piedade. Utilizei o Zeiss em apenas uma missão observacional, com cerca de duas semanas de duração, em janeiro de 1999. O apontamento do telescópio era totalmente manual.
Devido às péssimas condições climáticas durante aquele período, consegui obter apenas um número limitado de imagens de meus dois alvos: o asteroide (140) Siwa, então considerado alvo potencial da missão Rosetta da ESA, e o cometa C/1997 BA6 (Spacewatch), que cogitei estudar em meu projeto de mestrado em astronomia, iniciado no Observatório Nacional, mas infelizmente não concluído. O objetivo das observações era determinar os períodos de rotação dos objetos.
Considero o Zeiss um excelente instrumento. Na segunda metade da década de 1990, os telescópios de 1,6 metro Perkin-Elmer e de 0,6 metro Boller & Chivens tiveram seus sistemas de apontamento automatizados. No entanto, o mesmo não ocorreu com o Zeiss. Recordo-me de ter questionado por que esse telescópio não foi incluído no programa de modernização. A justificativa apresentada relacionava-se ao fato de sua montagem ser do tipo equatorial germânica, enquanto os outros dois telescópios utilizavam montagens do tipo garfo. Essa explicação me pareceu insatisfatória, uma vez que já existiam, à época, telescópios amadores com montagens germânicas totalmente automatizadas.
É possível que a decisão tenha sido motivada por questões de custo e pela necessidade de adaptar o software de controle para esse tipo de montagem. Ainda assim, acredito que a automatização do apontamento beneficiaria significativamente esse instrumento. Um telescópio dessa classe possui grande potencial para o desenvolvimento de pesquisas em astrofísica estelar e no estudo de objetos do Sistema Solar.