quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

C/2011 W3 (Lovejoy) - (2)

Cometa Lovejoy às 04:16 (07:16 UT) de 23/12/2011. Imagem obtida com 15 segundos de exposição, objetiva de 18 mm e abertura f/5.6. A cauda do cometa é visível atrás das nuvens.


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Trabalhos Recentes Publicados

O artigo " Photometric Observations of 596 Scheila, 1990 BG, 1990 TG1, 1999 CU3, 2000 DM8, 2001 PT9, 2001 SN263, 2002 NP1, 2002 JP9, 2003 UV11, 2006 AL8, 2008 SR1, 2009 BH81, 2009 QC, P/2010 A2 (LINEAR), 2010 JK33, 2010 LY63, 2010 RF12, 2010 UD, P/2010 R2 (La Sagra), 2010 YS, 2011 AN16, and 2011 EZ78"  foi publicado no MPBu. Sou o lider desta pesquisa. Este enorme título foi escolhido para facilitar a busca pelos asteróides e cometas estudados neste trabalho no NASA ADS

O primeiro artigo de minha tese de doutorado, " Nonextensive distributions of asteroid rotation periods and diameters", foi aceito para publicação na A&A. Uma versão do artigo pode ser encontrada no ARXIV. O artigo deverá ser publicado no começo de 2012. A idéia para este trabalho surgiu em novembro de 2009.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

C/2011 W3 (Lovejoy) - (1)

Fotografias do cometa Lovejoy obtidas entre 04:09 e 04:46 (07:09 e 07:46) de  22-12-2012 UT. A imagem (1) é a soma de 10 fotografias, divididas em duas sequências de cinco imagens com 15 e 20s de exposição respectivamente. A câmera Nikon D80 estava regulada em 18mm f/5.6. A imagem (2) é a soma de seis fotos com 10s de exposição; 55mm f/5.0.


(1) - C/2011 W3 no horizonte de Boa Esperança do Sul.  


(2)


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

C/2011 W3 (Lovejoy) - (0) - Aprendendo a fotografar um cometa rasante solar

Cometa rasante solar Lovejoy (indicado pela seta). Imagem obtida às 4h23 (7h23 UT) de 21/12/2011 com uma câmera Nikon D80, exposição de 4 segundos e lente de 18 mm. A foto foi tirada na entrada de um pasto no perímetro urbano de Boa Esperança do Sul, São Paulo. A "cabeça" do cometa não era visível. Estimei que a cauda de gás e poeira tinha cerca de dez graus de comprimento. A semelhança morfológica com o cometa rasante solar Ikeya-Seki, de 1965, é impressionante.


sábado, 17 de dezembro de 2011

Esperando um grande meteoro....

A detecção de um fireball com potencial para gerar meteoritos é um dos resultados mais aguardados por todos que se dedicam à observação de meteoros. Um evento com essa capacidade pode atingir uma magnitude próxima à da Lua Cheia, cerca de –13. No entanto, a probabilidade de detectar um objeto dessa natureza é extremamente baixa.

Um modelo baseado na distribuição de magnitudes aparentes de 49 meteoros registrados pela RBDM, entre julho e outubro de 2011, sugere que, a cada mil detecções, apenas um fireball com magnitude –13 pode ser observado. Essa estimativa, no entanto, entra em conflito com os dados obtidos por outras redes, como a MORP ou a FIDAC. Entre os fatores que explicam essa discrepância estão o campo de visão reduzido, a magnitude limite do sistema e a área da superfície terrestre efetivamente coberta pela câmera.

Em todo caso, considerando que detectei um bólido com pico de magnitude –4,4 após 650 horas de observações, é provável que ainda tenha de esperar um bom tempo até registrar um evento mais extremo.

Câmera da Estação do Barbalho no começo de mais uma
 noite de observação. Foto de 06/12/2011 - 18:14 (21:14 UT).
Vênus é visível no horizonte. Esta imagem foi publicada em minha tese
 de doutorado na UFBA.

Câmera da RBDM quase no meio de uma sessão observacional.
Imagem obtida em  11/12/2011 - 03:23 (06:23 UT). A Lua é visível
próximo ao horizonte ao noroeste.


Distribuição de magnitudes de 49 meteoros RBDM. A linha tracejada
 é uma função exponencial. As previsões baseadas neste modelo  não  são compatíveis com os dados MORP ou FIDAC.  Isso é uma evidência de ocorrência de  erros sistemáticos nos dados coletados por minha câmera.



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cometa Lovejoy

O C/2011 W3 (Lovejoy) é um cometa rasante solar pertencente à família de Kreutz. Cometas desse tipo seguem órbitas extremamente próximas ao Sol, a ponto de muitos se desintegrarem ou colidirem com a superfície solar durante o periélio.

Uma das hipóteses mais aceitas para a origem da família de Kreutz é que ela se formou a partir da fragmentação de um grande cometa progenitor. Com base na análise das órbitas de alguns de seus membros, acredita-se que esse corpo original possa ter sido o chamado Grande Cometa de 1106.

Diferente da maioria dos cometas de Kreutz, o cometa Lovejoy apresenta características incomuns. Estima-se que seu núcleo tenha algumas centenas de metros de diâmetro, o que o torna pelo menos dez vezes maior que o tamanho típico dos objetos dessa família. Seu periélio ocorreu em 16 de dezembro (UT), quando atingiu uma distância mínima da superfície solar ligeiramente superior à metade da distância entre a Terra e a Lua.

Durante essa passagem próxima ao Sol, o cometa sofreu a desconexão da cauda de poeira (indicada por seta), um fenômeno resultante da intensa interação com o vento solar. A imagem apresentada abaixo mostra a trajetória do cometa a partir da sobreposição de sete registros obtidos pela câmera LASCO C3 do satélite SOHO.

Sequencia do movimento orbital do C/2011 W3.  Os tempos são UT. 1 - 14/12 - 9:32; 2 - 15/12 - 9:30; 3 - 15/12 - 16:30; 4 - 16/12 - 00:18; 5 (após o periélio) - 16/12 - 00:18;  6 -  16/12 - 16:30 e 7 -  16/12 - 22:30.  O traços na coma do Lovejoy são causados pela saturação do CCD da câmera. O cometa esta muito brilhante. O pontos brilhantes na imagem são causados pelo impacto de raios cósmicos e  outras partículas eletricamente carregadas emitidas pelo Sol.



Vídeo, quase que surreal, mostrando o cometa se afastando do Sol após o periélio. O
vídeo foi gerado a partir de imagens obtidas na faixa do UV por um instrumento a bordo do SDO.
A velocidade do movimento foi  muito exagerada. Fonte: Space Weather




quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

(2060) Chiron

Telescópio Boller & Chivens de 0,60 m do LNA apontado para o centauro (2060) Chiron. O objeto não é visível na imagem. Astrofotografia obtida em 1995 com uma câmera Zenit 12XS, 10 minutos de exposição e filme Kodak ASA 100. Os dados coletados nesta observação foram utilizados no artigo "2060 Chiron: Back to a Minimum of Brightness", de 1996.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Aplicativo para Contagem de Meteoros

O Meteoroid Environment Office (MEO), da NASA, desenvolveu um aplicativo gratuito para a coleta de dados sobre meteoros: o Meteor Counter. Disponível no iTunes, o aplicativo foi criado para dispositivos Android.

O Meteor Counter permite registrar a faixa de magnitude dos meteoros, segundo o padrão da International Meteor Organization (IMO), além do instante da observação e da localização geográfica do observador. Após o registro, os dados são enviados automaticamente ao MEO para análise.

O objetivo da iniciativa é auxiliar na identificação de novas chuvas de meteoros e na determinação da distribuição de massa dos meteoroides que colidem com a Terra.

Abaixo, o vídeo sobre o Meteor Counter:


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

ISS

International Space Station (ISS) em fevereiro de 2001. Imagem obtida no campus do Observatório Nacional do Rio de Janeiro. O traço provocado pela passagem da estação está no canto inferior direito. No início do traço, vemos o planeta Saturno. A poluição luminosa é gerada pela luz de lâmpadas de sódio no porto, refletida nas nuvens.






segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Lunokhod 2

O Lunokhod 2, ou "caminhante lunar", é um rover que foi lançado pela URSS em janeiro de 1973. O robô chegou à Lua em 15 de janeiro de 1973, a bordo da Luna 21. Após percorrer 37 km no interior da cratera Le Monnier e obter mais de 80.000 imagens, o rover deixou de funcionar. Sua posição final era uma incógnita. Em 2010, o professor canadense P. Stooke anunciou que havia encontrado o Lunokhod 2 em imagens obtidas pela LRO. Um pulso de laser foi emitido na direção do rover, e o retrorefletor do Lunokhod 2 devolveu um fluxo elevado em comparação com o equivalente obtido das estações deixadas pelo projeto Apollo. Um vídeo da rede russa RT, relatando a descoberta, é apresentado abaixo. 






domingo, 11 de dezembro de 2011

C/1996 B2 (Hyakutake)

Minha história com o cometa Hyakutake foi engraçada. 

O C/1996 B2 atingiu seu pico de brilho no final de março de 1996. Eu era aluno de iniciação científica no Observatório Nacional do Rio de Janeiro na época, e ouvi dois astrônomos  comentando na biblioteca: "É o cometa mais brilhante em 25 anos!" e  "Ele está na constelação da Libra!". Fiquei com aquelas informações na cabeça. Lembrava que o cometa mais brilhante em 25 anos havia sido o espetacular West. Aproximadamente às 22h (01h UT), daquele mesmo dia do início de abril, a constelação da Libra era visível a 30-40 graus de altura. Procurei o cometa no céu, efetuando um procedimento que deve ter sido repetido por astrônomos há séculos. Comparei os objetos visíveis no céu com os presentes em uma carta celeste para  buscar um "intruso". Para meu espanto, uma das estrelas não estava na carta, e além disso tinha um aspecto nebuloso. Não tinha mais dúvidas: eu acabara de encontrar o cometa Hyakutake no céu!  Pensei comigo mesmo: "Finalmente, estou vendo um  cometa decente!" "Decente" porque era brilhante o suficiente para ser visível a olho nu e ainda por cima possuía uma fraca cauda. Acordei minha mãe para que ela pudesse ver o objeto e montei meu telescópio newtoniano de 0,3m f/6 logo em seguida. Com 60x de aumento, pude perceber uma tênue estrutura espiral na coma do cometa. Como este cometa é do tipo NEO e sua inclinação orbital era bastante elevada, ele rapidamente não seria mais visível da latitude do Rio de Janeiro. Nos dois fins-de-semana seguintes, usei dois rolos de filme Kodak ASA 100, com 36 exposições cada, para registrar o objeto. 

Apresento algumas imagens  obtidas num sábado de abril (1 a 4) e no domingo da semana seguinte  (5 a 7). Todas foram obtidas com 15s de exposição e uma câmera Zenit 12 XS. Não sei exatamente a data da obtenção destas imagens. Não me preocupava tanto com registros exatos de tempo quanto hoje.

Uma bela frase é atribuída ao descobridor deste objeto:

"I don't care about the naming of the comet. If many people could enjoy that comet, that is the happiest thing for me."
- Yuji Hyakutake, 1996

Yuji Hyakutake morreu de aneurisma em 2002, aos 51 anos de idade. Acho que ele sintetizou tudo que senti ao ver aquele objeto no céu.

Imagem 1 - Minha primeira foto do cometa

Imagem 2

Imagem 3 - C/1996 B2 e o Morro do Sumaré que divide as zonas sul e norte
da cidade do Rio de Janeiro.

Imagem 4 - As luzes saturadas a esquerda do Hyakutake são associadas
a torres repetidoras de rádio e televisão,

 Imagem 5 - Última imagem do Hyakuate obtida oito dias depois da sequência anterior. O objeto
estava muito ao norte. Tive que me deslocar para a residência de um colega na região oceânica de Niterói para ter um horizonte sem obstáculos. O único problema foi a poluição luminosa. Isto é evidente na foto.

Imagem 6 - Imagem anterior com uma correção de "background"  proporcionada pelo
software IRIS.

Imagem 7 - Região Escorpião-Sagitário. A poluição luminosa era localizada
apenas na direção noroeste, justo onde o Hyakutake era visível.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Nova Velorum 1999

A nova Velorum (indicada pela seta) surgiu na constelação da Vela em maio de 1999. No momento em que esta imagem foi obtida (29 de maio de 1999, às 21h30 UT), sua magnitude visual era aproximadamente 3. A fotografia foi realizada no bairro do Horto Florestal, na cidade do Rio de Janeiro, com uma câmera Zenit 12XS, filme ASA 100 e tempo de exposição de 15 segundos.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Shenzhou-2

Em 04:52 (07:52 UT) de 15 de janeiro de 2001, o autor registra a passagem da nave chinesa Shenzhou-2 da cidade do Rio de Janeiro (Imagem 1). Nesta ocasião, a nave estava em uma órbita de 330km x 340 km e inclinação de 42,6 graus em relação ao equador. Na ocasião das observações, a nave esteve a uma distância mínima de 503 km do centro da cidade. A maior altura em relação ao horizonte foi de 41 graus, ocorrendo às 04:51 na direção SSW. A fotografia foi obtida com uma câmera Zenit 12XS, filme Kodak Gold 100 e dois minutos de exposição. A magnitude estimada foi um pouco menor que 2. Cerca de cinco minutos antes do aparecimento da Shenzhou-2, eu fotografei a trajetória do segundo estágio do lançador CZ-2F (Imagem 2). Nesta ocasião, o estágio estava em uma órbita elíptica com menor altitude que a Shenzhou-2. O estágio queimou na atmosfera no dia 20 de janeiro de 2001. O tempo de exposição foi igual ao da imagem anterior.

As manchas marrons nas imagens foram causadas pelo mau armazenamento das fotografias.

Estas observações me motivaram a escrever um artigo sobre o programa espacial chinês, publicado na Revista ComCiência.
Imagem 1

Imagem 2

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Kepler-22b

Kepler-22b é um planeta extrasolar que foi detectado pelo telescópio espacial Kepler. A missão Kepler usa a técnica de ocultação estelar para efetuar a detecção de planetas. O planeta descoberto possui 2,4 vezes a massa terrestre. Não se sabe ainda se este objeto possui um estrutura interna que privilegie o estado físico sólido, líquido ou gasoso. A característica peculiar deste objeto é que ele se encontra na zona de habitabilidade. Usando um referencial estritamente terrestre, esta zona implica que a água pode ser encontrada na forma líquida. Como Kepler-22b orbita um estrela de tipo espectral G, podemos dizer que o planeta esta num intervalo de distâncias compreendido entre a órbita de Vênus e a região interna do cinturão principal de asteróides. Toda a notícia científica tem que ser analisada com cuidado. Este não é o primeiro objeto encontrado na zona de habitabilidade. A missão Kepler descobriu dez corpos nestas condições.  Kepler -22b é o primeiro destes objetos detectados que é confirmado como planeta. A existência de um planeta na zona de habitabilidade não garante que existam oceanos e lagos de água líquida em sua superfície. Este objeto deve ser muito semelhante a Terra para que isso ocorra. Em Vênus e Marte, não há água líquida devido aos regimes climáticos antagônicos destes dois mundos. Abaixo segue o vídeo da conferência de impressa da NASA sobre o assunto:



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

C/2001 A2 (LINEAR)

C/2001 A2 (LINEAR), o primeiro cometa que fotografei em Salvador. Imagem capturada aproximadamente às 7h (UT) de 22 de junho de 2001, com uma câmera Zenit 12XP emprestada por Dourival Edgar dos Santos Jr. O filme utilizado foi o Fuji Superia ASA 100, com tempo de exposição de 30 segundos.




Região Sagitário-Escorpião - 30s.
Foto obtida pouco depois da
imagem anterior.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Robôs Espaciais Soviéticos

A recente falha da sonda "Phobos-Grunt" evidência um problema sistemático do programa espacial soviético/russo. O pais não logrou sucesso total em nenhuma missão destinada à Marte.  Um resultado paradoxal  visto o enorme êxito da exploração lunarvenusiana. Nos anos de 1970-1980, os engenheiros soviéticos estavam projetando "rovers" e "walkers" que poderiam explorar  a superfície de diversos corpos do Sistema Solar. O vídeo abaixo mostra alguns destes funcionais robôs espaciais.


"From the Moonrover to Marsrover" - Parte 1

Parte.2 

sábado, 3 de dezembro de 2011

RBDM50 – 50ª detecção de meteoro na estação Barbalho

RBDM50 foi registrado às 04:04 (07:04 UT) de 27/09/2011. O meteoro apresentou um flare abrupto ao atingir seu pico de brilho (–5,5), seguido de uma queda acentuada, conforme indica a curva de luz. Esse comportamento é característico de uma fragmentação catastrófica, sugerindo que o meteoroide possuía baixa resistência mecânica e coesão interna reduzida.



RBDM50 - Soma de 10 frames de 0,033s. A explosão ocorre 
no pico de brilho (seta)
  

Curva de Luz de RBDM50


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O astrônomo recomenda: "Apollo 13"

Filme de 1995 que conta a saga da missão Apollo 13. A reconstrução do lançamento do Saturno V é espetacular. Eu propôs que meus alunos de física básica assistissem esta parte para explicar porque os astronautas foram jogados "para frente" e "para trás" durante a liberação/acionamento dos estágios. 

Apesar do final da trama ser conhecido, a forma com que o retorno dos astronautas é apresentada  faz com  o sujeito mais insensível se emocione. Excelente filme. Lembra uma época mais romântica e otimista da exploração espacial. Pena que poucos lembrem do esforço e sacrifício de todos os que colaboraram para levar o Homem à Lua. Pena que a ignorância do público faz com teorias conspiratórias e filmes RIDÍCULOS como "Apollo 18" ou "Transformers: O Lado Oculto da Lua", que denigrem o projeto Apollo, façam sucesso. Se você faz parte do grupo que não acredita que o Homem foi para a Lua, recomendo acessar o tópico do "Bad Astronomy" sobre esta "polêmica". Se você ainda não acreditou acesse as imagens dos locais de pouso das seis missões Apollo entre 1969 e 1972 obtidas pela sonda LRO. Melhor se informar do que ficar  repetindo  asneiras baseadas em senso comum.



Trailer Original de Apollo 13 - Meio "sem sal"


Trailer da versão IMAX de 2002 - Emocionante!



quarta-feira, 30 de novembro de 2011

C/2007 W1 (Boattini)

O cometa C/2007 W1 (Boattini) foi observado nos dias 20, 21 e 26 de abril e 4 e 5 de maio de 2008 (UT), em Salvador, utilizando um telescópio Meade 12" LX200 GPS acoplado a uma câmera CCD SBIG ST-7XME. As imagens foram obtidas com tempo de exposição de 30 segundos, sem o uso de filtros. O objetivo das observações foi determinar o período de rotação do núcleo cometário, com base nas variações de brilho da coma. A hipótese considerada é que o nível de atividade do núcleo está relacionado à sua rotação.

A curva de luz obtida encontra-se apresentada na Figura 1. As magnitudes instrumentais do cometa e das estrelas de campo foram determinadas por meio de uma abertura fotométrica correspondente a quatro vezes o valor mediano do seeing estelar. Embora esse critério reduza a relação sinal/ruído, ele impede a introdução de periodicidades espúrias, conforme discutido por Licandro et al. (2000).

A análise dos dados revelou uma periodicidade de 13,51 ± 0,01 horas. No entanto, essa estimativa não é confiável, pois o intervalo observacional total foi limitado a cerca de sete horas, o que sugere que o valor obtido representa, na verdade, um harmônico do período real. Ainda assim, o resultado indica que há variações de brilho na coma em escalas de tempo da ordem de horas. Como se observa na Figura 1, apesar da dispersão significativa, os dados se agrupam de forma coerente em determinadas fases, o que reforça a presença de modulação real no brilho da coma, possivelmente associada à rotação do núcleo.

O cometa Boattini apresentava uma órbita ligeiramente hiperbólica no momento das observações, sugerindo que ele não estava gravitacionalmente ligado ao Sol. Esse tipo de órbita é típico de objetos recentemente injetados na região planetária a partir da Nuvem de Oort. É provável que sua origem esteja nas regiões mais externas dessa nuvem, tendo sido desestabilizado por perturbações gravitacionais causadas por estrelas próximas. Essa hipótese é compatível com modelos dinâmicos que explicam a chegada de cometas novos ao Sistema Solar interno. Em estudo mais recente, Wiegert et al. (2011) associaram a chuva de meteoros Cratenídeos Diurnos ao cometa C/2007 W1.


Fig.1 -Curva de luz de C/2007 W1 em termos de fase rotacional.

Cometa Boattini (elípse) em 20/04/2008 UT.
 A  "rosquinha"  na parte inferior da imagem é oriundo do padrão de difração da luz espalhada por algum
 grão de poeira no CCD.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Kitt Peak pode fechar com cortes no orçamento da NSF

O observatório Kitt Peak no Arizona (EUA) podera ser fechado em função de uma redução de 10-20% no orçamento da NOAO. O objetivo da NSF  é manter programas como o observatório Gemini e o conjunto de radio-telescópios ALMA. Uma página do NOAO foi criada descrevendo o problema e sugerindo que os usuários se manifestem apoiando a manutenção do observatório. 


1999 AQ10

O NEA 1999 AQ10 foi observado usando um telescópio Meade 12" LX200 GPS + CCD ST-7XME em 16/02/2009 UT. As 155 imagens obtidas não sofreram filtragem, visando o aumento do sinal/ruído. O período de rotação encontrado foi de  2,79 ± 0,02 h e amplitude de curva de luz de 0,205 ± 0.005 mag. Uma curva de luz alternativa foi obtida por S. Casulli.

"Power Spectrum" de busca do período ótimo baseado
 nos dados obtidos

Curva de luz ajustada a um período de 2,79+/-0,02h.

sábado, 26 de novembro de 2011

Canhão Atômico

O uso de canhões para lançar armas nucleares foi uma realidade durante quase 40 anos nos arsenais dos EUA e da URSS. Essas armas foram desenvolvidas para serem utilizadas contra inimigos próximos. O primeiro canhão a disparar uma bomba nuclear foi a "Atomic Annie". Esta arma era um canhão de 11 polegadas, capaz de lançar um projétil de 364 kg a uma distância de 11 km. O projétil em questão era uma bomba nuclear de urânio, cujo princípio de funcionamento era semelhante ao da bomba lançada sobre Hiroshima. A energia liberada era de 15 quilotons de TNT, equivalente à bomba de Hiroshima, porém com apenas 8% de sua massa.

No total, 20 unidades da "Atomic Annie" foram construídas e posicionadas na Coreia e na Europa. Felizmente, essas armas nunca foram utilizadas em combate. O canhão tornou-se obsoleto quando a miniaturização das armas nucleares permitiu a criação de projéteis que podiam ser disparados por canhões convencionais, como o M110. Abaixo, você encontrará o vídeo do primeiro teste da "Atomic Annie", realizado em maio de 1953:




sexta-feira, 25 de novembro de 2011

RBDM14 - Um meteoro, um avião e um inseto

O meteoro RBDM14 foi detectado às 03:49 (06:49 UT) do dia 08/07/2011. O pico de magnitude apresentado pelo objeto foi de -2,7. No campo, também foram registrados o movimento de um avião e um inseto que estava andando sobre o domo da câmera.




BFN14 (seta negra) no pico de magnitude.
O avião é indicado pela seta vermelha.

Curva de luz instrumental de BFN14. O ajuste é polinomial.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sondas Espaciais Extraterrenas

O título desta postagem pode parecer estranho, mas o envio de uma sonda para estudar ou estabelecer contato com uma civilização extraterrestre é uma forma de comunicação eficiente. A partir de 1979, R. A. Freitas e F. Valdes conduziram duas buscas por objetos artificiais extraterrestres nos pontos lagrangeanos associados ao sistema Terra-Lua. Essa pesquisa utilizou telescópios de pequeno porte na Califórnia e no Arizona (EUA), que não possibilitaram a detecção de nenhum objeto.

Em 1991, o asteroide 1991 VG, com cerca de 10 metros de diâmetro, foi descoberto pelo Spacewatch. Esse objeto teve uma passagem próxima ao nosso planeta em dezembro daquele mesmo ano. Devido à rápida variação periódica de brilho e à órbita idêntica à da Terra, esse objeto foi considerado um forte candidato a ser uma sonda alienígena. Na realidade, 1991 VG é um possível fragmento da crosta lunar ejetado a partir de um grande impacto. A ficção se baseou nessa hipótese em várias ocasiões. Há dois episódios de Star Trek: The Next Generation sobre este tema: "The Inner Light" e "The Nth Degree".



Trailer de "The Inner Light"

Trailer de "The Nth Degree"


terça-feira, 22 de novembro de 2011

2008 BT18

O asteróide binário 2008 BT18 foi observado em Salvador de 24 à 26 /07/2008. 458 imagens de 30s de exposição foram obtidas. O período de rotação foi estimado em 2,726±0,007h com uma amplitude de curva de luz de apenas (4,5±0,2)x10-2 .Dada a pequena amplitude, este objeto poderia ser esférico com uma superfície pouco irregular ou homogênea do ponto de vista mineralógico. Alternativamente, o objeto poderia estar com o eixo de rotação voltado para o observador no instante das observações. Creio que esta última hipótese é mais razoável dado o formato irregular do objeto. Usando magnitudes disponíveis nas circulares do MPC, estimei a magnitude absoluta H e "slope index" G como sendo 18,6±0,2 e 0,2±0,1.

Curva de luz de 2008 BT18 em termos de fase rotacional e ajustada em
 um período de 2,726h. Como a mesma é ruidosa, ela foi classificada
como tendo rentabilidade rel=1.

Curva de fase H-G de 2008 BT18. A curva negra é o ajuste encontrado. A vermelha esta
associada a G=0,15, o padrão usado pelo MPC na estimativa de magnitudes dos asteróides.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O astrônomo recomenda: "Deep Impact"

O filme "Deep Impact" de 1998 é um dos dois filmes catástrofe que foram lançados após a colisão do cometa Shoemaker-Levi 9 com Júpiter. Eu gosto do filme apesar de algumas "liberdades poéticas" que foram cometidas para deixar a obra mais "dinâmica". Uma das cenas mais incoerentes foi o momento em que um astrônomo profissional esta observando o céu. Após obter uma imagem de um novo cometa, ele conseguiu concluir que este objeto colidiria com a Terra. ISSO COM APENAS UMA IMAGEM, apenas um ponto. Isso é errado. Para o caso do asteróide Apophis, foram anos de observação para determinar sua órbita com um nível de exatidão satisfatório para excluir o risco de colisão. Este objeto terá uma passagem a menos de 50.000km da Terra em 2029. Outra "liberdade"  foi a nave "Messiah" (Messias). O sistema de propulsão é do tipo pulso nuclear. Uma série de bombas atômicas são liberadas na parte traseira da nave e detonadas. A pressão de radiação, agindo em uma placa, impulsiona a nave para para frente. O astronauta responsável por este exótico mas factível sistema de propulsão era russo. Russo? Quem teve a primeiro a idéia e testaram protótipos foram pesquisadores estadunidenses. Na URSS/Rússia, não houve um desenvolvimento semelhante. Também achei a placa absorvedora pequena e nas duas ocasiões nas quais o motor era acionado apenas uma bomba foi detonada. Existem outros deslizes que são magistralmente discutidos no "Bad Astronomy". De qualquer forma, eu recomendo. Boa diversão para um sábado chuvoso em casa.


Um dos trailers do filme



Projeto Órion de propulsão por pulso nuclear

domingo, 20 de novembro de 2011

Um meteoro com uma bela curva de luz

Este meteoro foi detectado em 11/07/2011 às 04:28 (07:28 UT). Este objeto apresentou uma curva de luz tipo "hat" (chapéu). Pela sua pequena velocidade angular e posição no céu, foi possível registrar todas as fases de evolução do brilho do meteoro.




 Instante do pico de brilho do meteoro




sábado, 19 de novembro de 2011

2005 YU55

Duas animações de 2005 YU55. Estas animações são baseadas em reconstruções de sinais radar refletidos pela superfície deste NEA. O período de rotação de 2005 YU55 é de 16,5h  e não ~18h como mencionado no começo do segundo vídeo.



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

2007 XH16

Curva de luz do asteroide próximo da Terra 2007 XH16. Este objeto foi observado em Salvador nos dias 21 e 22 de dezembro de 2007 (UT). As observações tiveram duração total de aproximadamente 5 horas e foram realizadas com um telescópio Meade 12" LX200 GPS, acoplado a uma câmera CCD SBIG ST-7XME e filtro Bessell R. O período de rotação determinado foi de 3,75 ± 0,02 horas. A curva apresenta uma dispersão considerável nos dados, especialmente em determinadas faixas da fase rotacional. Essa dispersão pode ser atribuída, em parte, às condições atmosféricas durante a coleta e à calibração relativa entre diferentes sessões observacionais, fatores que contribuíram para o nível de ruído registrado. Ainda assim, a estrutura global da curva é bem definida e compatível com a rotação de um asteroide alongado, indicando estabilidade no movimento rotacional. Uma curva de luz alternativa foi obtida por S. Casulli e A. Vagnozzi.

Curva de luz de 2007 XH16 ajustada a um período de 3,75 ± 0,02 horas.
O eixo horizontal representa a fase rotacional.

Curva de luz do objeto em 22/12/2007 (UT).
O eixo horizontal representa a fração do dia.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Evidências de água líquida em Europa (satélite de Júpiter)

Uma análise de dados obtidos pela sonda Galileu sugere que estruturas conhecidas como "chaos" são associadas a bolsões de água líquida na crosta de gelo de Europa. Estes reservatórios tem uma quantidade de água semelhante a dos Grandes Lagos na fronteira dos EUA e Canada. O "press release" da NASA TV sobre esta descoberta segue abaixo:




quarta-feira, 16 de novembro de 2011

RBDM35 - O meteoro mais brilhante detectado até o momento

O meteoro mais brilhante detectado até esta postagem foi o RBDM35. Este meteoro foi detectado em 02:38 (05:38 UT) de 19/08/2011. O pico de brilho deste objeto foi -4,4. A Lua (-10,99) e Júpiter (-2,56) são visíveis na direita da imagem.





terça-feira, 15 de novembro de 2011

(1044) Teutonia

Minha primeira curva de luz obtida em Salvador

Este programa observacional tem como objetivo determinar o período de rotação de asteroides e cometas. O primeiro alvo foi o asteroide do cinturão principal (1044) Teutonia. As observações foram realizadas nos dias 08 e 09 de junho de 2007 (UT), ao longo de um total de 4 horas, utilizando um filtro Bessell R, uma câmera CCD SBIG ST-7 XME e um telescópio Meade 12" GPS LX200. O tempo de exposição das imagens foi de 20 segundos.

A curva de luz apresentada abaixo foi gerada com o programa MPO CANOPUS e corresponde a uma revisão da curva original publicada no Minor Planet Bulletin (MPBu). Uma curva alternativa, obtida anteriormente por R. Roy, está disponível nos arquivos do CdR & CdL.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Possível Meteoro Oriônida - 21/10/2011 (UT)

Um possível meteoro oriônida foi registrado pela câmera All Sky do Observatório do Pico dos Dias, em Brasópolis (MG). A câmera opera das 18h às 6h (horário de Brasília), capturando imagens com 60 segundos de exposição a cada minuto.

Embora não haja especificações técnicas disponíveis, a imagem sugere o uso de um sensor CCD — possivelmente descomissionado do próprio observatório — acoplado a uma lente "olho de peixe" (fisheye). O traço deixado pelo meteoro aponta para a radiante da chuva de meteoros Oriônidas.

O evento foi registrado entre 2h43 e 2h44 (5h43 e 5h44 UTC) do dia 21 de outubro de 2011. Com base na comparação com as estrelas do Cinturão de Órion, estima-se que o pico de magnitude tenha sido próximo de 2. As imagens foram extraídas do banco de dados da câmera, e o meteoro foi identificado após a inspeção manual de algumas dezenas de quadros.

A mancha luminosa visível na imagem é causada pela Lua.



02:42 (05:42 UT)

02:43 (05:43 UT) - Meteoro (seta)

02:44 (05:44 UT)

domingo, 13 de novembro de 2011

Cosmos: A Personal Voyage

Eu tinha sete anos quando a série de TV "Cosmos" de Carl Sagan foi exibida no Brasil. A forma sublime e apaixonante como a Astronomia foi apresentada mudou minha vida para sempre. Sou bacharel em Astronomia graças a conexão com o universo que passei adquirir após assistir esta série.


Card de abertura: Fonte: Wikipedia.


sábado, 12 de novembro de 2011

Objetos de Céu Profundo (Deep Sky) - 10/02/2008

Astrofotografias obtidas em Salvador (Bahia) em 10/02/2008 UT, utilizando um filtro Bessell V ou R, uma câmera CCD SBIG ST-7XME e um telescópio Meade 12" LX200. As imagens resultam da soma de 10 exposições de 15 segundos cada, alinhadas e combinadas com o uso do software IRIS.

Nesta mesma sessão observacional, foram obtidos dados que foram utilizados em um artigo sobre o asteroide trinário 2001 SN263.


M-64

M-88

M-100

M-104 - As estrelas estão alongadas em função de vibrações
 induzidas pelo vento no telescópio.

NGC-3372 (Nebulosa de Eta Carine)

NGC-5053

NGC-5128 (Centauro A)

NGC-5139 (Ômega Centauro)

Minha Vivência com o Colonialismo Cultural na Ciência

  Esta postagem tem um caráter de reflexão e registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, enviei uma...