A Viação Cometa S.A. é uma empresa de transporte rodoviário de passageiros que atende parte das regiões Sul e Sudeste do Brasil desde 1948. Suspeito que o inusitado nome tenha sido inspirado pelo "Grande Cometa do Sul" (C/1947 X1), que foi um objeto facilmente visível a olho nu em dezembro de 1947.
Utilizei seus serviços recentemente e algo que me chamou a atenção foi o nome de uma classe de ônibus da empresa: Halley. Apesar de utilizar o nome do cometa mais famoso da história da astronomia, a imagem no ônibus é do cometa Hale-Bopp, que foi extremamente brilhante em 1997, muito mais do que o cometa Halley em 1986.
A imagem do Hale-Bopp utilizada no ônibus foi provavelmente obtida por E. Kolmhofer e H. Raab em 04-04-1997 no Observatório Johannes-Kepler em Linz, Áustria.
Compreendo perfeitamente a razão de se utilizarem dois cometas diferentes no mesmo ônibus. Apesar de milhões de pessoas terem visto o cometa Hale-Bopp, uma quantidade muito superior ao Halley em 1986, quase ninguém sabia o nome do objeto. O nome "Hale-Bopp" não entrou no imaginário popular da mesma forma que o cometa Halley.
Ônibus da Viação Cometa. Imagem obtida em
02-01-2020, na rodoviária de Araraquara (São Paulo).
Conjunção Vênus-Lua registrada atráves da câmera de um celular Sansung Galaxy J4. Imagem obtida em 28-12-2019, às 22:29 UT, em Boa Esperança do Sul (São Paulo). O campo de visão é de aproximadamente 7 x 4 graus.
Registros do cometa C/2011 W3 (Lovejoy) efetuados neste mesmo sítio observacional podem ser encontrados nestes hiperlinks: 0, 1, 2, 3, e 4.
Não escrevo uma pequena resenha sobre um livro que terminei de ler há alguns anos. A motivação para ler "O Primeiro Homem: A Vida de Neil Armstrong" (Editora Intrínseca, 2018) foi ter assistido ao excelente filme "O Primeiro Homem". O livro, escrito por James R. Hansen, professor de história da Universidade de Auburn (Alabama, EUA), é a biografia oficial do primeiro homem a pisar na Lua, Neil Alden Armstrong, e é baseado em entrevistas do autor com o astronauta, pessoas próximas ligadas ao programa espacial e documentação audiovisual.
O que percebi claramente é que, muito provavelmente, Hansen se tornou um admirador do objeto de seu trabalho. Aparentemente, o autor perdeu a isenção necessária para escrever uma obra desta natureza. O autor faz longos e desnecessários comentários sobre situações particulares da vida de Armstrong que, em minha opinião, se assemelham a fofocas. Exemplos incluem a descrição da pressão que Buzz Aldrin e seu pai teriam feito para que Buzz fosse o "primeiro homem"; o pedido de divórcio de Janet, a primeira esposa de Neil, por "não compreendê-lo ainda"; as características quase divinas de Neil descritas por um repórter numa coletiva de imprensa antes da missão Apollo 11; e a opinião de Donald Slayton, chefe de operações de voo e do departamento de astronautas, sobre o excesso de fotografias de Buzz obtidas na superfície lunar. Com esta ressalva em mente, torna-se complicado considerar a personalidade de Neil Armstrong traçada pelo autor como inteiramente fidedigna.
De qualquer forma, a leitura me permitiu concluir que Armstrong era extremamente focado no trabalho, sério, responsável e uma pessoa de poucas e precisas palavras. Neil era um excelente piloto naval, com grande experiência em atividades embarcadas e na condução de veículos experimentais, como o X-15. Talvez essas características tenham sido decisivas para sua escolha como comandante da missão. O sangue-frio de Armstrong ajudou a orientar Buzz na decisão de ignorar o piloto automático do módulo lunar, evitando o pouso em uma área pedregosa do Mar da Tranquilidade. Também fica claro que a missão foi bem-sucedida por combinar uma tripulação extremamente bem treinada com o limite máximo da tecnologia disponível na segunda metade da década de 1960.
Leitura altamente recomendada para quem deseja entender melhor a história inicial do programa espacial dos Estados Unidos.
O "Documento Especial" foi um programa jornalístico muito popular nas décadas de 1980 e 1990. O estilo do programa é o chamado "jornalismo verdade". Nelson Hoineff, o criador do programa, faleceu nesta semana. Como uma homenagem, disponibilizo o episódio sobre ufologia. O rigor jornalístico, multiplicidade de tópicos e até a trilha sonora são de inegável qualidade a despeito deste programa tratar de ufologia, que não é considerada uma ciência de facto.
O Sol ficou a pico pela segunda vez neste ano na latitude da cidade de Salvador (Bahia) em 27/10/2019, às 11:15 (14:15 UT). Desta vez, o fenômeno ocorreu após o equinócio de primavera no hemisfério sul. A identificação desse fenômeno foi feita pelo astrônomo amador Luiz Sampaio Athaide Junior, autor da "Teoria do Zênite Solar". Seguem algumas fotos do fenômeno: