quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

C/2011 W3 (Lovejoy) - (2)

Cometa Lovejoy às 04:16 (07:16 UT) de 23-12-2011. Imagem obtida com 15s de exposição, objetiva de 18mm e obturação f/5.6. A cauda do cometa é visível atrás das nuvens.


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Trabalhos Recentes Publicados

O artigo " Photometric Observations of 596 Scheila, 1990 BG, 1990 TG1, 1999 CU3, 2000 DM8, 2001 PT9, 2001 SN263, 2002 NP1, 2002 JP9, 2003 UV11, 2006 AL8, 2008 SR1, 2009 BH81, 2009 QC, P/2010 A2 (LINEAR), 2010 JK33, 2010 LY63, 2010 RF12, 2010 UD, P/2010 R2 (La Sagra), 2010 YS, 2011 AN16, and 2011 EZ78"  foi publicado no MPBu. Sou o lider desta pesquisa. Este enorme título foi escolhido para facilitar a busca pelos asteróides e cometas estudados neste trabalho no NASA ADS

O primeiro artigo de minha tese de doutorado, " Nonextensive distributions of asteroid rotation periods and diameters", foi aceito para publicação na A&A. Uma versão do artigo pode ser encontrada no ARXIV. O artigo deverá ser publicado no começo de 2012. A idéia para este trabalho surgiu em novembro de 2009.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

C/2011 W3 (Lovejoy) - (1)

Fotografias do cometa Lovejoy obtidas entre 04:09 e 04:46 (07:09 e 07:46) de  22-12-2012 UT. A imagem (1) é a soma de 10 fotografias, divididas em duas sequências de cinco imagens com 15 e 20s de exposição respectivamente. A câmera Nikon D80 estava regulada em 18mm f/5.6. A imagem (2) é a soma de seis fotos com 10s de exposição; 55mm f/5.0.


(1) - C/2011 W3 no horizonte de Boa Esperança do Sul.  


(2)


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

C/2011 W3 (Lovejoy) - (0) - Aprendendo a fotografar um cometa rasante solar

Cometa rasante solar Lovejoy (indicado pela seta). Imagem obtida às 4h23 (7h23 UT) de 21/12/2011 com uma câmera Nikon D80, exposição de 4 segundos e lente de 18 mm. A foto foi tirada na entrada de um pasto no perímetro urbano de Boa Esperança do Sul, São Paulo. A "cabeça" do cometa não era visível. Estimei que a cauda de gás e poeira tinha cerca de dez graus de comprimento. A semelhança morfológica com o cometa rasante solar Ikeya-Seki, de 1965, é impressionante.


sábado, 17 de dezembro de 2011

Esperando um grande meteoro....

A detecção de um fireball com potencial para gerar meteoritos é um resultado altamente esperado por todos que se dedicam à observação de meteoros. Um fireball com essa capacidade pode apresentar uma magnitude próxima ao brilho da Lua Cheia (-13). No entanto, a probabilidade de detecção de um objeto dessa natureza é extremamente baixa. Um modelo da distribuição de magnitudes aparentes de 49 meteoros detectados pela RBDM, entre julho e outubro de 2011, sugere que, a cada mil detecções, podemos observar um fireball com magnitude -13. Essa estimativa é incongruente com o que poderia ser obtido a partir dos dados da MORP ou FIDAC. As razões para essa discrepância incluem o pequeno campo de visão, a magnitude limite e a área da superfície terrestre coberta pela câmera. De qualquer forma, como detectei um bólido com pico de magnitude -4,4 após 650 horas de observações, acredito que ainda terei de esperar por um longo período.


Câmera da Estação do Barbalho no começo de mais uma
 noite de observação. Foto de 06/12/2011 - 18:14 (21:14 UT).
Vênus é visível no horizonte. Esta imagem foi publicada em minha tese
 de doutorado na UFBA.

Câmera da RBDM quase no meio de uma sessão observacional.
Imagem obtida em  11/12/2011 - 03:23 (06:23 UT). A Lua é visível
próximo ao horizonte ao noroeste.


Distribuição de magnitudes de 49 meteoros RBDM. A linha tracejada
 é uma função exponencial. As previsões baseadas neste modelo  não  são compatíveis com os dados MORP ou FIDAC.  Isso é uma evidência de ocorrência de  erros sistemáticos nos dados coletados por minha câmera.



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cometa Lovejoy

O C/2011 W3 (Lovejoy) é um cometa rasante solar da família de Kreutz. Um cometa rasante solar possui uma órbita que o faz ficar extremamente próximo ao Sol. A distância mínima ao Sol é tão pequena que certos objetos se desintegram ou colidem com o Sol. Uma hipótese sobre a formação dessa família é que eles são oriundos da fragmentação de um grande cometa. Pela análise das órbitas de alguns membros, foi sugerido que o progenitor pode ser o "Grande Cometa de 1106". Ao contrário dos outros cometas de Kreutz, o cometa Lovejoy pode possuir um núcleo com diâmetro da ordem de algumas centenas de metros. O diâmetro desse objeto é pelo menos dez vezes maior que o comum nessa família. O periélio do objeto ocorreu em 16/12 UT. A mínima distância à superfície solar foi pouco maior que a metade da distância Terra-Lua. Nessa passagem, o cometa teve sua cauda de poeira desconectada (seta) da coma. Gerei uma imagem mostrando a trajetória do cometa. A imagem apresentada é composta pela sobreposição de sete imagens geradas pela câmera LASCO C3 do satélite SOHO.

Sequencia do movimento orbital do C/2011 W3.  Os tempos são UT. 1 - 14/12 - 9:32; 2 - 15/12 - 9:30; 3 - 15/12 - 16:30; 4 - 16/12 - 00:18; 5 (após o periélio) - 16/12 - 00:18;  6 -  16/12 - 16:30 e 7 -  16/12 - 22:30.  O traços na coma do Lovejoy são causados pela saturação do CCD da câmera. O cometa esta muito brilhante. O pontos brilhantes na imagem são causados pelo impacto de raios cósmicos e  outras partículas eletricamente carregadas emitidas pelo Sol.



Vídeo, quase que surreal, mostrando o cometa se afastando do Sol após o periélio. O
vídeo foi gerado a partir de imagens obtidas na faixa do UV por um instrumento a bordo do SDO.
A velocidade do movimento foi  muito exagerada. Fonte: Space Weather




quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

(2060) Chiron

Telescópio Boller & Chivens de 0,60 m do LNA apontado para o centauro (2060) Chiron. O objeto não é visível na imagem. Astrofotografia obtida em 1995 com uma câmera Zenit 12XS, 10 minutos de exposição e filme Kodak ASA 100. Os dados coletados nesta observação foram utilizados no artigo "2060 Chiron: Back to a Minimum of Brightness", de 1996.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Aplicativo para Contagem de Meteoros

O Meteoroid Environment Office (M.E.O) da NASA criou um aplicativo que possibilita a coleta de dados de meteoros. O "meteor counter" é gratuito e pode ser encontrado no Itunes. O programa foi desenvolvido para o ambiente Android. O aplicativo possibilita o registro da faixa de magnitude do meteoro, usando um esquema I.M.O, instante da observação e localização geográfica do observador. Após o registro, as informações são enviadas ao M.E.O para processamento. O objetivo desta iniciativa é possibilitar a identificação de novas chuvas de meteoros e a distribuição de massa dos meteoróides que colidem com a Terra. Abaixo o vídeo sobre o "meteor counter":


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

ISS

International Space Station (ISS) em fevereiro de 2001. Imagem obtida no campus do Observatório Nacional do Rio de Janeiro. O traço provocado pela passagem da estação está no canto inferior direito. No início do traço, vemos o planeta Saturno. A poluição luminosa é gerada pela luz de lâmpadas de sódio no porto, refletida nas nuvens.






segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Lunokhod 2

O Lunokhod 2, ou "caminhante lunar", é um rover que foi lançado pela URSS em janeiro de 1973. O robô chegou à Lua em 15 de janeiro de 1973, a bordo da Luna 21. Após percorrer 37 km no interior da cratera Le Monnier e obter mais de 80.000 imagens, o rover deixou de funcionar. Sua posição final era uma incógnita. Em 2010, o professor canadense P. Stooke anunciou que havia encontrado o Lunokhod 2 em imagens obtidas pela LRO. Um pulso de laser foi emitido na direção do rover, e o retrorefletor do Lunokhod 2 devolveu um fluxo elevado em comparação com o equivalente obtido das estações deixadas pelo projeto Apollo. Um vídeo da rede russa RT, relatando a descoberta, é apresentado abaixo. 






domingo, 11 de dezembro de 2011

C/1996 B2 (Hyakutake)

Minha história com o cometa Hyakutake foi engraçada. 

O C/1996 B2 atingiu seu pico de brilho no final de março de 1996. Eu era aluno de iniciação científica no Observatório Nacional do Rio de Janeiro na época, e ouvi dois astrônomos  comentando na biblioteca: "É o cometa mais brilhante em 25 anos!" e  "Ele está na constelação da Libra!". Fiquei com aquelas informações na cabeça. Lembrava que o cometa mais brilhante em 25 anos havia sido o espetacular West. Aproximadamente às 22h (01h UT), daquele mesmo dia do início de abril, a constelação da Libra era visível a 30-40 graus de altura. Procurei o cometa no céu, efetuando um procedimento que deve ter sido repetido por astrônomos há séculos. Comparei os objetos visíveis no céu com os presentes em uma carta celeste para  buscar um "intruso". Para meu espanto, uma das estrelas não estava na carta, e além disso tinha um aspecto nebuloso. Não tinha mais dúvidas: eu acabara de encontrar o cometa Hyakutake no céu!  Pensei comigo mesmo: "Finalmente, estou vendo um  cometa decente!" "Decente" porque era brilhante o suficiente para ser visível a olho nu e ainda por cima possuía uma fraca cauda. Acordei minha mãe para que ela pudesse ver o objeto e montei meu telescópio newtoniano de 0,3m f/6 logo em seguida. Com 60x de aumento, pude perceber uma tênue estrutura espiral na coma do cometa. Como este cometa é do tipo NEO e sua inclinação orbital era bastante elevada, ele rapidamente não seria mais visível da latitude do Rio de Janeiro. Nos dois fins-de-semana seguintes, usei dois rolos de filme Kodak ASA 100, com 36 exposições cada, para registrar o objeto. 

Apresento algumas imagens  obtidas num sábado de abril (1 a 4) e no domingo da semana seguinte  (5 a 7). Todas foram obtidas com 15s de exposição e uma câmera Zenit 12 XS. Não sei exatamente a data da obtenção destas imagens. Não me preocupava tanto com registros exatos de tempo quanto hoje.

Uma bela frase é atribuída ao descobridor deste objeto:

"I don't care about the naming of the comet. If many people could enjoy that comet, that is the happiest thing for me."
- Yuji Hyakutake, 1996

Yuji Hyakutake morreu de aneurisma em 2002, aos 51 anos de idade. Acho que ele sintetizou tudo que senti ao ver aquele objeto no céu.

Imagem 1 - Minha primeira foto do cometa

Imagem 2

Imagem 3 - C/1996 B2 e o Morro do Sumaré que divide as zonas sul e norte
da cidade do Rio de Janeiro.

Imagem 4 - As luzes saturadas a esquerda do Hyakutake são associadas
a torres repetidoras de rádio e televisão,

 Imagem 5 - Última imagem do Hyakuate obtida oito dias depois da sequência anterior. O objeto
estava muito ao norte. Tive que me deslocar para a residência de um colega na região oceânica de Niterói para ter um horizonte sem obstáculos. O único problema foi a poluição luminosa. Isto é evidente na foto.

Imagem 6 - Imagem anterior com uma correção de "background"  proporcionada pelo
software IRIS.

Imagem 7 - Região Escorpião-Sagitário. A poluição luminosa era localizada
apenas na direção noroeste, justo onde o Hyakutake era visível.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Nova Velorum 1999

Nova Velorum 1999 (seta). Esta nova apareceu na constelação da Vela, em maio de 1999. No instante da obtenção desta imagem (29-05-1999; 21:30 UT), sua magnitude visual era ~3. Imagem obtida com uma câmara Zenit 12XS, filme ASA 100, 15s de exposição, na cidade do Rio de Janeiro.



quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Shenzhou-2

Em 04:52 (07:52 UT) de 15 de janeiro de 2001, o autor registra a passagem da nave chinesa Shenzhou-2 da cidade do Rio de Janeiro (Imagem 1). Nesta ocasião, a nave estava em uma órbita de 330km x 340 km e inclinação de 42,6 graus em relação ao equador. Na ocasião das observações, a nave esteve a uma distância mínima de 503 km do centro da cidade. A maior altura em relação ao horizonte foi de 41 graus, ocorrendo às 04:51 na direção SSW. A fotografia foi obtida com uma câmera Zenit 12XS, filme Kodak Gold 100 e dois minutos de exposição. A magnitude estimada foi um pouco menor que 2. Cerca de cinco minutos antes do aparecimento da Shenzhou-2, eu fotografei a trajetória do segundo estágio do lançador CZ-2F (Imagem 2). Nesta ocasião, o estágio estava em uma órbita elíptica com menor altitude que a Shenzhou-2. O estágio queimou na atmosfera no dia 20 de janeiro de 2001. O tempo de exposição foi igual ao da imagem anterior.

As manchas marrons nas imagens foram causadas pelo mau armazenamento das fotografias.

Estas observações me motivaram a escrever um artigo sobre o programa espacial chinês, publicado na Revista ComCiência.
Imagem 1

Imagem 2

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Kepler-22b

Kepler-22b é um planeta extrasolar que foi detectado pelo telescópio espacial Kepler. A missão Kepler usa a técnica de ocultação estelar para efetuar a detecção de planetas. O planeta descoberto possui 2,4 vezes a massa terrestre. Não se sabe ainda se este objeto possui um estrutura interna que privilegie o estado físico sólido, líquido ou gasoso. A característica peculiar deste objeto é que ele se encontra na zona de habitabilidade. Usando um referencial estritamente terrestre, esta zona implica que a água pode ser encontrada na forma líquida. Como Kepler-22b orbita um estrela de tipo espectral G, podemos dizer que o planeta esta num intervalo de distâncias compreendido entre a órbita de Vênus e a região interna do cinturão principal de asteróides. Toda a notícia científica tem que ser analisada com cuidado. Este não é o primeiro objeto encontrado na zona de habitabilidade. A missão Kepler descobriu dez corpos nestas condições.  Kepler -22b é o primeiro destes objetos detectados que é confirmado como planeta. A existência de um planeta na zona de habitabilidade não garante que existam oceanos e lagos de água líquida em sua superfície. Este objeto deve ser muito semelhante a Terra para que isso ocorra. Em Vênus e Marte, não há água líquida devido aos regimes climáticos antagônicos destes dois mundos. Abaixo segue o vídeo da conferência de impressa da NASA sobre o assunto:



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

C/2001 A2 (LINEAR)

C/2001 A2 (LINEAR), o primeiro cometa que fotografei em Salvador. Imagem capturada aproximadamente às 7h (UT) de 22 de junho de 2001, com uma câmera Zenit 12XP emprestada por Dourival Edgar dos Santos Jr. O filme utilizado foi o Fuji Superia ASA 100, com tempo de exposição de 30 segundos.




Região Sagitário-Escorpião - 30s.
Foto obtida pouco depois da
imagem anterior.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Robôs Espaciais Soviéticos

A recente falha da sonda "Phobos-Grunt" evidência um problema sistemático do programa espacial soviético/russo. O pais não logrou sucesso total em nenhuma missão destinada à Marte.  Um resultado paradoxal  visto o enorme êxito da exploração lunarvenusiana. Nos anos de 1970-1980, os engenheiros soviéticos estavam projetando "rovers" e "walkers" que poderiam explorar  a superfície de diversos corpos do Sistema Solar. O vídeo abaixo mostra alguns destes funcionais robôs espaciais.


"From the Moonrover to Marsrover" - Parte 1

Parte.2 

sábado, 3 de dezembro de 2011

RBDM50 - Quinquagésima detecção de um meteoro na estação Barbalho

RBDM50 foi registrado as 04:04 (07:04 UT) de 27/09/2011. Este meteoro apresentou uma explosão ao atingir seu pico de brilho com magnitude -5,5. Isso denota que o meteoróide possuia um baixo nível de coesão interna.



 RBDM50 - Soma de 10 frames de 0,033s. A explosão ocorre 
no pico de brilho (seta)


Curva de Luz de RBDM50







quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O astrônomo recomenda: "Apollo 13"

Filme de 1995 que conta a saga da missão Apollo 13. A reconstrução do lançamento do Saturno V é espetacular. Eu propôs que meus alunos de física básica assistissem esta parte para explicar porque os astronautas foram jogados "para frente" e "para trás" durante a liberação/acionamento dos estágios. 

Apesar do final da trama ser conhecido, a forma com que o retorno dos astronautas é apresentada  faz com  o sujeito mais insensível se emocione. Excelente filme. Lembra uma época mais romântica e otimista da exploração espacial. Pena que poucos lembrem do esforço e sacrifício de todos os que colaboraram para levar o Homem à Lua. Pena que a ignorância do público faz com teorias conspiratórias e filmes RIDÍCULOS como "Apollo 18" ou "Transformers: O Lado Oculto da Lua", que denigrem o projeto Apollo, façam sucesso. Se você faz parte do grupo que não acredita que o Homem foi para a Lua, recomendo acessar o tópico do "Bad Astronomy" sobre esta "polêmica". Se você ainda não acreditou acesse as imagens dos locais de pouso das seis missões Apollo entre 1969 e 1972 obtidas pela sonda LRO. Melhor se informar do que ficar  repetindo  asneiras baseadas em senso comum.



Trailer Original de Apollo 13 - Meio "sem sal"


Trailer da versão IMAX de 2002 - Emocionante!



O colonialismo cultural na ciência

  Esta postagem é uma forma de catarse e também um registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, envi...