Imagens obtidas em 29-12-2012 do droneBQM-1BR e seu propulsor turbojato "Tietê", quando expostos no antigo museu "Asas de um Sonho". Neste contexto, obtive um registro do modelo de um V-1 lançado do ar por um AR 234C-3. O V-1 pode ser considerado um antecessor direto de todos os mísseis de cruzeiro da atualidade.
Hoje, no telejornal regional "Bahia Meio Dia", uma especialista em calendário Maia forneceu uma explicação de porque o mundo não acabaria em 21-12-2012. A especialista disse que no lugar do fim do mundo ocorreria uma "sincronização galáctica". Neste evento, a Terra se "alinharia" com as Plêiades e a estrela Alcione (estrela que faz parte das Plêiades). Haveria uma emissão de "massa coronal" do Sol, que ocasionaria ondas eletromagnéticas, etc.
A opinião deste astrônomo: com todo o respeito a especialista, creio que Maxwell e outros pesquisadores que contribuíram para nossa melhor compreensão do mundo devem ter se revirado em seus túmulos durante a exibição da matéria. No lugar de esclarecer, o assunto foi envolto em mais misticismo. O interessante é que NINGUÉM da edição da TV Bahia percebeu os equívocos do discurso da especialista.
Qual a associação entre as Plêiades, um aglomerado a 450 anos-luz de distância do sistema solar, com emissão de massa coronal do Sol? A única influência que as Plêiades tem no Sol é associada a força gravitacional. Entretanto, Mercúrio, com menos massa que as Plêiades, tem maior força gravitacional no Sol por estar mais perto.
Esta reportagem é uma prova cabal que nosso sistema educacional possui grandes falhas. Nossos cidadãos não conseguem diferenciar conhecimentos científicos básicos de fantasia e misticismo.
Parte final do comentário sobre o artigo "Uma relação do extraordinário meteoro visto em toda a Inglaterra aos 19 de março de 1719" escrito por Edmond Halley, publicado no livro Cometa (1985) de Carl Sagan & Ann Druyan:
"Halley não tem mão de si; está sôfrego por saber, e a impaciência suplanta a sua polidez habitual. Quer saber tudo sobre o meteoro: altitude, velocidade, o som que produziu, de que tamanho era, de que era feito. Não podemos deixar de sentir-nos privilegiados por conhecemos as respostas a essas perguntas; não podemos deixar de desejar que de algum modo nos fosse dado compartilhá-las com ele."
Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, morreu em 25-08-2012 devido à complicações de uma cirurgia cardíaca. Eu lamento profundamente o ocorrido. Astronautas e cosmonautas, como Armstrong, são verdadeiros super-heróis para mim. Como uma homenagem, apresento um vídeo que registra o instante em que Armstrong pisou na superfície lunar num distante 20-07-1969.
Homenagem à Neil Armstrong. Imagem retirada do website da NASA. Neste
registro, o astronauta estava na superfície lunar a bordo do L.E.M "Eagle".
Imagens de uma possível luneta altazimutal T. Cooke & Sons com cerca de 10cm de abertura. Este instrumento foi doado ao CFP-UFRB (Amargosa-BA) há alguns anos. Existem planos para sua reforma e utilização no projeto de divulgação científica em Astronomia desta instituição. Provavelmente, este telescópio foi construído na segunda metade do século XIX, certamente antes de 1886. Imagino que alguém chegou a observar o 1P/Halley, em 1910, com este instrumento. As imagens a seguir foram obtidas pelo aluno do curso de Física da UFRB Yulo Augusto para que eu pudesse efetuar sua identificação. Espero estar certo.
Alegoria de uma esfera armilar com os nomes de Newton, Darwin e Flemming. Esta alegoria foi usada no carnaval de 2012. Foto obtida na Cidade do Samba em 20-06-2012.
Dois de Julho é feriado no Estado da Bahia. Em 02-07-1823, as últimas tropas portuguesas foram expulsas da Bahia e a Independência do Brasil, declarada por Dom Pedro I em 07-09-1822, foi finalmente consolidada. Inadvertidamente a câmera all sky de minha casa registrou alguns fogos de artifício do dois de julho de 2011 às 23:57:46 UT.
Bandeira do Estado da Bahia. Este pavilhão foi criado em 1889 e é inspirado
na bandeira dos EUA.O triângulo pode ser associado a um símbolo maçônico.
A localização privilegiada do Centro Espacial de Alcântara possibilita que possam ser efetuados lançamentos com menor gasto de combustível. Atualmente, somente foguetes-sonda são lançados em vôos suborbitais. Este subaproveitamento do centro esta muito associado a conjuntura da política de C&T brasileira, que designa poucos recursos ao programa espacial. Entretanto, o bairro carioca da Barra da Tijuca também possui o seu "Centro Espacial":
Lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS) do Centro Espacial de Alcântara no Maranhão (Brasil). Este projeto já teve dois lançamentos com a destruição dos veículos em voo. O terceiro protótipo iria ser lançado em 2003. Um incêndio provocado pelo acionamento prematuro de um dos boosters resultou na morte de 21 técnicos. O próximo protótipo deveria ter sido lançado até o fim desta década. A condução da "Missão Espacial Completa Brasileira", que engloba o VLS, é mais um exemplo claro da falta de comprometimento de nossos governantes com o desenvolvimento científico e tecnológico nacional, além da óbvias pressões internacionais, principalmente a estadunidense. Este foguete já poderia ter colocado um satélite em órbita, nos anos da década de 1980, com financiamento adequado. Poderíamos estar lançado sondas espaciais para Lua ou Marte hoje em dia.
Um dos artigos mais interessantes que eu já li foi o de Zaitsev (2008), publicado no "Journal of Radio Electronics". No artigo, o autor argumenta que o envio de mensagens de rádio para o espaço (METI) tem uma probabilidade de detecção um milhão de vezes menor do que os sinais emitidos em observações radar de objetos do sistema solar. Portanto, a sugestão de proibir o METI não possui justificativa porque o "estrago" já foi feito. Esta proibição esta associada ao temor que uma mensagem possa fornecer nossa posição na galáxia a uma super-civilização semelhante a do filme "Independence Day" de 1996. Abaixo, o trailer do filme-catástrofe:
O recente incêndio da estação brasileira na Antártica me inspirou a escrever esta postagem. A pergunta-título desta postagem é de difícil resposta. Não sou filósofo ou historiador da ciência. O que escrevo aqui é apenas minha modesta opinião. O fator que discutirei é o que considero mais importante: nossa classe política não dá a mínima para a ciência. Nossos políticos consideram que ciência básica não serve para nada de "prático". O reflexo disso é o escasso volume de recursos para o desenvolvimento científico e tecnológico nacional. Este descaso é constante na história do Brasil. A ideia de que a ciência é inútil é totalmente incorreta. A ciência foi criada para melhorar a vida de nossa espécie. Se hoje vivemos mais e nos alimentamos melhor, devemos isso à pesquisa científica básica feita séculos antes. O problema é que nossa população, origem de nossos políticos, não têm uma formação educacional adequada. Nosso ensino é essencialmente baseado na repetição do que está em livros didáticos. Nossos alunos não fazem experiências de física, química ou biologia quando estão cursando escolas de formação básica. Não entendendo como funciona a ciência é inevitável que nunca a considerem importante. Nossa população não entende que o "mundo moderno", no qual vivemos, não foi sempre assim. Em 1910, em média, os brasileiros morriam aos 33 anos de doenças que hoje possuem tratamento trivial. Não havia internet, muito menos telefone. Nossa população não consegue perceber que a ciência fez o "mundo moderno" ser o que é hoje. Assista os vídeos (1) e (2) abaixo. Perceba que educar a população nunca foi prioridade de nossa classe política.
(1) -Vídeo da FIOCRUZ sobre a Revolta da Vacina. Em 1904, a população do Rio de Janeiro se revoltou com a vacinação obrigatória contra a varíola. Exemplo clássico do que discuti nesta postagem.
(2) - Parte (1) do excelente programa "Linha Direta" sobre o acidente radiológico de
Goiânia em 1987. Outro exemplo de que nossa população deve ter uma alfabetização científica mínima para viver em nossa época. Alguém duvida que este acidente não aconteceria novamente?
Uma foto de minha pessoa conduzindo uma observação pública de Marte no Aeroclube (Salvador, Bahia), no final de agosto de 2003. Nesta ocasião, Marte estava excepcionalmente próximo da Terra. Através de meu newtoniano de 0,3m f/6 foi possível identificar a calota polar sul e, talvez, o Monte Olimpo. Este evento foi organizado pela Associação de Astrônomos Amadores da Bahia.
Um fato no mínimo curioso ocorreu quando mencionei o sucesso deste evento em uma reunião da FAPESB: um pesquisador da Fiocruz indiretamente taxou-me de "elitista" por ter participado/realizado um evento de popularização científica em um shopping - observação ridícula e desnecessária.
Telescópio de 0,435-m f/13,5 Cassegrain-Coudé construído pelo construtor de telescópios Aguirre no começo da década de 1990. Inicialmente, o telescópio foi concebido como sendo um Newtoniano-Cassegrain-Coudé. Na configuração newtoniana, o telescópio possuía f/4,5. Dada a difração e a grande obstrução causada pelos espelhos secundário e terceário, o foco newtoniano foi abolido alguns meses depois. O instrumento possuia montagem equatorial germana com acompanhamento gerado por um motor elétrico de um eletrodoméstico. O tubo foi feito com cilindros de máquinas de lavar. Os buscadores usavam lentes de antigas máquinas fotocopiadoras ou binóculos. As oculares eram de microscópios. Apesar dessa aparente precaridade, era um instrumento excepcional - prova cabal do talento e genialidade do Sr. Aguirre. Lembro-me de ter visto algumas dezenas de estrelas no aglomerado NGC-4755, mesmo com um céu que não era dos melhores.
Pelo que soube o Sr. Aguirre vendeu o telescópio para um fazendeiro do interior do Brasil (Mato Grosso?) poucos anos depois.
Na foto, o construtor esta efetuando uma observação através do foco Coudé no roll-off roof no terceiro andar de sua casa na Vila Valqueire, subúrbio do Rio de Janeiro.
No último ano de meu bacharelado em astronomia, fui indicado pelo ON para participar da reunião anual da SBPC. A reunião ocorreu em Natal (RN) em julho de 1998. Em um dia de folga, resolvi fazer um passeio de buggy pelos municípios circunvizinhos. Quando fomos atravessar um braço de mar (ou rio), utilizamos uma balsa com o inusitado nome de "extraterrestre". Não resisti e fotografei.
Eu tinha sete anos quando a série de TV "Cosmos" de Carl Sagan foi exibida no Brasil. A forma sublime e apaixonante como a Astronomia foi apresentada mudou minha vida para sempre. Sou bacharel em Astronomia graças a conexão com o universo que passei adquirir após assistir esta série.