quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A evolução dos controladores de telescópios

A evolução da microeletrônica nas últimas quatro décadas é impressionante. Abaixo, apresento um exemplo claro dessa tendência aplicada à Astronomia. As fotos (1) e (2) mostram os antigos consoles de apontamento dos telescópios Boller & Chivens de 0,6 m e Perkin-Elmer de 1,6 m do Observatório do Pico dos Dias (OPD). Essas imagens foram registradas por mim na segunda metade da década de 1990. Na época, ambos os consoles já estavam fora de uso, substituídos por sistemas automatizados de apontamento.

A imagem (3), datada de 18 de novembro de 2006, mostra o controlador Autostar II de um telescópio Meade LX200 de 12 polegadas. Enquanto os consoles (1) e (2) forneciam apenas coordenadas básicas como ascensão reta, declinação e ângulo horário, o dispositivo da imagem (3) oferece essas mesmas informações acrescentando catálogos com milhares de objetos astronômicos e diversas funções de controle que otimizam o acompanhamento e a exatidão do apontamento. E tudo isso literalmente na palma da mão.


(1)

(2)

(3)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Bólido registrado por uma câmera em um carro de polícia

Um bólido foi registrado pela câmera de um carro da polícia de Little River-Academy, Texas, EUA. O vídeo foi gravado em 01/02/2012 UT. Baseado nesse vídeo e em relatos de outros observadores, foi possível reconstruir a trajetória atmosférica e a órbita heliocêntrica do meteoróide. Essa determinação já foi obtida para bólidos que geraram os meteoritos "Peekskill", "Park Forest", entre outros. Na América Latina, um bólido foi visto em plena luz do dia em 07/04/2008 UT, associado ao meteorito Berduc. Baseado em relatos de centenas de observadores na Argentina e no Uruguai, a órbita do meteoróide foi determinada. No Brasil, que possui uma área territorial maior, tais eventos não ocorrem? Sim, ocorrem. O mais recente de que tenho notícia ocorreu na Bahia. No final de 2009, um bólido foi avistado em Salvador e em diversas cidades, na direção SE-NO, numa linha com cerca de 1000 km de comprimento. W. Carvalho se interessou em caçar o provável meteorito, e eu, na determinação de sua órbita. Entretanto, os dados (azimute, altura e instante da observação) não foram coletados na época. A ideia se volatizou, assim como este meteoróide baiano.



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Primeira Edição do Curso "Astrofísica Observacional"

Imagens do provável primeiro curso de astrofísica observacional realizado no estado da Bahia. O curso ocorreu entre a última semana de janeiro e a primeira semana de fevereiro de 2007 no IF-UFBA. Os alunos eram da própria UFBA. Em sua maioria, eram estudantes dos cursos de graduação em Física e Geofísica.

Na primeira semana, ministrei seminários sobre temas variados, como fotometria, redução de imagens CCD, teoria dos erros e tópicos introdutórios sobre astrofísica estelar, galáctica e do Sistema Solar. Na semana seguinte, realizamos três sessões de observação usando um telescópio Meade 12" LX200 com CCD SBIG ST-7XME e filtros Bessell UBVRI.

Nessas observações, obtivemos imagens BVR da recém-descoberta Nova Centauri 2007 e do aglomerado aberto M-41. O objetivo dessas observações era realizar um monitoramento fotométrico da nova e obter o diagrama HR do aglomerado. Ambas as tarefas foram realizadas razoavelmente bem pelos alunos.

Como proposta inicial, considerei publicar nossos resultados sobre a nova na revista da AAVSO. No entanto, a quantidade de dados coletados era muito pequena e decidi desistir dessa ideia.


Primeira sessão de observação

Participantes do curso. Eu estou a direita de camisa verde e barba.

As observações aconteceram no estacionamento do atual restaurante universitário do campus de Ondina. Naquela época, o prédio já estava concluído, mas ainda não havia sido inaugurado.

Nova Centauri 2007. Soma de nove imagens com 10 segundos de exposição cada. A imagem foi obtida em 31/03/2007 às 23h20 UT, utilizando um filtro Bessell B. As estrelas apresentam coma devido a um desalinhamento na parte óptica do telescópio. Essas observações tiveram como objetivo complementar os dados obtidos durante o curso.


domingo, 12 de fevereiro de 2012

Abundância química do Sistema Solar é diferente da equivalente no meio ambiente galáctico local

Dados levantados pelo satélite IBEX revelam que a razão oxigênio/neônio é maior no Sistema Solar que no meio interestelar. O satélite esta fazendo um survey da helioesfera. A helioesfera é uma região distante cerca de 100 UA do Sol. Nela, o vento solar e o interestelar colidem. Junto com o vento solar e interestelar são transportados átomos e íons. Estes constituintes da matéria interagem em um processo que gera átomos neutros energéticos que podem ser contados.  Abaixo o vídeo da NASA sobre esta descoberta:

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Curso "Uma Visão Atual da Astronomia" - Décima Edição - (2)

Imagens do último dia do curso "Uma Visão Atual da Astronomia". Em 20-01-2011, foi apresentado o seminário do M.Sc. Wilton Carvalho, o único especialista em meteoritos do Estado da Bahia. Após o seminário, houve o sorteio de pequenos fragmentos de meteoritos e livros de divulgação de Astronomia. No encerramento do curso, ocorreu uma mesa redonda informal. Nesta mesa, discorri sobre a realidade da profissão de astrônomo no Brasil, destacando a questão da entrada do Brasil no ESO.

Distribuição de brindes



Alunos manipulando meteoritos



Wilton Carvalho e uma aluna do curso

Alguns participantes da mesa redonda


Alunos assistindo a mesa redonda



Minha Vivência com o Colonialismo Cultural na Ciência

  Esta postagem tem um caráter de reflexão e registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, enviei uma...