(1) Curva de Luz de C/2007 E2. O período de rotação estimado não tem significância estatística. A duração das observações foi muito curta. |
física solar "The Sun Today" sobre o C/2011 W3
(1) Curva de Luz de C/2007 E2. O período de rotação estimado não tem significância estatística. A duração das observações foi muito curta. |
Meu primeiro telescópio foi um refletor newtoniano de 0,3 m f/6, adquirido em 1987 do construtor de telescópios Aguirre, quando eu tinha 14 anos. Parte do dinheiro para a compra foi obtida com a venda de um telescópio newtoniano de 0,18 m f/8, que eu havia montado no curso de construção de telescópios do Museu de Astronomia do Rio de Janeiro.
Na sua configuração inicial, o telescópio de 0,3 m possuía uma rígida montagem equatorial germana e tinha uma massa superior a 100 kg. Em 1995, o telescópio foi reconstruído pelo construtor Leonel Vianello, de Araraquara (SP). Apenas o espelho primário foi aproveitado. Apesar de o espelho ter apenas uma polegada de espessura, a figura da parábola se manteve constante, mesmo com variações na disposição espacial, o que surpreendeu o Sr. Leonel. Nesta nova configuração, o telescópio passou a ter uma montagem altazimutal dobsoniana.
Utilizei este telescópio para observar os cometas Hale-Bopp e Hyakutake no Rio, entre 1995 e 1996. Em Salvador, foi usado para diversas observações públicas, sendo a mais relevante realizada em agosto de 2003, durante uma excepcional aproximação de Marte da Terra. Mais de 1000 pessoas observaram Marte através deste telescópio no antigo Shopping Aeroclube.
Atualmente, o telescópio está desmontado e adequadamente armazenado na casa de minha sogra. Abaixo, algumas fotos da segunda metade da década de 1990 do meu telescópio:
O asteroide 911 faz parte do grupo dos troianos de Júpiter. Uma ocultação estelar ocorrida em 19-01-2012 UT apresentou duas diminuições de brilho, o que pode sugerir a existência de um corpo invisível ao redor deste objeto. Considero três possíveis explicações para o ocorrido:
a) Existência de um satélite do asteroide: Embora pouco provável, a presença de um satélite não é impossível. O satélite deveria estar alinhado com o vetor velocidade de 911 no momento da ocultação, uma configuração rara. Esse satélite poderia ser detectado através de observações com telescópios de grande porte utilizando óptica adaptativa (AO). Para isso, a separação angular entre o asteroide e o hipotético satélite deve ser pelo menos equivalente ao limite de difração do instrumento. A segunda diminuição de brilho, ocorrida mais de 10 segundos depois, pode tornar a detecção viável, caso a distância do satélite ao centro do asteroide seja da ordem de algumas centenas de quilômetros.
b) Formato irregular do asteroide: O asteroide (216) Kleopatra pode apresentar duas quedas de brilho durante uma ocultação, devido ao seu formato de "osso" (binário de contato). No entanto, a ocultação do primário já havia terminado. Considerando o tempo transcorrido até a segunda ocultação, o objeto deveria ser extremamente alongado, com um eixo maior algumas vezes maior que o diâmetro estimado para 911. Este diâmetro estimado pode ser obtido com a magnitude absoluta H e o albedo do asteroide. Quando H e são bem determinados, o diâmetro estimado apresenta uma discrepância mediana da ordem de 20% em relação a outros métodos. Portanto, essa hipótese é muito pouco provável.
c) Variação de intensidade devido a modificações do seeing: De acordo com e-mails da lista da IOTA, o sinal-ruído (SNR) dessas observações é baixo (seis). Uma massa de ar em rápido movimento pode ter passado ao longo da linha de visada do observador, o que é uma possibilidade muito provável.
Modelo do asteroide baseado na inversão de sua curva de luz. Fonte: Wikipedia. |
Esta postagem é uma forma de catarse e também um registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, envi...