![]() |
| Laboratório de Física da UEFS – Feira de Santana, 25 de setembro de 2025. |
quinta-feira, 25 de setembro de 2025
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
Big Bang
![]() |
| Edwin Hubble e a Câmera Schmidt do Observatório Palomar (EUA). |
O modelo do big bang descreve o universo emergindo de um estado inicial muito denso e quente e entrando em rápida expansão. Não foi uma “explosão no espaço”, e sim a própria expansão do espaço.
Os primeiros segundos produziram partículas elementares e os núcleos mais leves (H, He e um pouco de Li). Com a expansão e o resfriamento, o gás formou as primeiras estrelas e galáxias.
Observacionalmente, Edwin Hubble mostrou que galáxias distantes têm sua luz deslocada para o vermelho. Esse deslocamento é, em cosmologia, majoritariamente cosmológico (expansão do espaço). Para distâncias pequenas r, pode ser aproximado por efeito Doppler.
A relação empírica local é a lei de Hubble:
V = H0 · r
com V em km/s, r em Mpc* e H0 na faixa ≈ 67–74 km/s/Mpc (há uma “tensão” entre métodos de medida). A escada de distâncias usa Cefeidas e supernovas Ia (padronizáveis) como marcos de distância. Magnitude absoluta é definida a 10 pc**.
A idade do universo, combinando radiação cósmica de fundo e dinâmica de expansão, é ≈ 13,8 ± 0,02 bilhões de anos.
terça-feira, 12 de agosto de 2025
Astrofotografias no campus da UFBA
Astrofotografias feitas com um iPhone X em 8 de agosto de 2025, no campus da UFBA (Salvador), na área do Planetário. Os horários (UT) constam nas legendas. Sírius pode ser usado como referência para estimar a ordem de brilho aparente da ISS, de Vênus e de Júpiter.
domingo, 22 de junho de 2025
Buracos Negros
Um buraco negro é um objeto astronômico extremamente denso, cuja composição e estrutura ainda não são completamente compreendidas. AA dimensão característica de um buraco negro é dada pelo raio de Schwarzschild**: \( R = \frac{2GM}{c^2} \). Essa fronteira é chamada de horizonte de eventos, onde a luz não consegue mais escapar da gravidade do objeto. Buracos negros podem se formar a partir do colapso de estrelas com mais de 20 massas solares. Por não emitirem radiação, sua observação direta é impossível, sendo identificados pelos efeitos gravitacionais sobre objetos vizinhos.
Em sistemas binários, a transferência de massa da estrela companheira pode formar um disco de acreção ao redor do buraco negro. A matéria, ao se mover pelo disco, aquece e emite radiação em uma ampla faixa do espectro eletromagnético, de raios gama a ondas de rádio. A emissão visível costuma ser fraca, tornando a observação por telescópios amadores impraticável.
As observações de candidatos a buracos negros são realizadas por telescópios espaciais como IRAS, OAO**, Hubble, Compton, Ariel, Chandra e Granat. Esses instrumentos operam nas faixas do infravermelho, ultravioleta, raios X e raios gama. Observações terrestres ocorrem principalmente na faixa de rádio, em instalações como Arecibo e o VLA (Very Large Array), famoso pelo filme Contato.
Para diferenciar buracos negros de anãs brancas ou estrelas de nêutrons em sistemas binários, estima-se a massa do objeto invisível usando espectroscopia e o período orbital. Se essa massa excede os limites conhecidos para anãs brancas ou estrelas de nêutrons, considera-se a presença de um buraco negro.
*OAO (Orbital Astronomical Observatory) foi uma série de satélites com telescópios UV totalmente orientáveis, lançados a partir de 1966. O OAO-II detectou uma supernova em 1972 e emissão ultravioleta proveniente da galáxia de Andrômeda (M31). O último da série, Copernicus, utilizou um telescópio de 80 cm.
**Equação de Schwarzschild:
\( R = \frac{2GM}{c^2} \)
Onde:
\( R \) = Horizonte de eventos do buraco negro (Raio de Schawarzschild)
\( c \) = velocidade da luz \( (3 \times 10^8 \, \text{m/s}) \)
\( G \) = constante gravitacional \( (6{,}67 \times 10^{-11} \, \text{N·m}^2/\text{kg}^2) \)
\( M \) = massa do buraco negro
Um buraco negro com 1 massa solar tem \( R \approx 3 \, \text{km} \).
Obs.: 1 eV (elétron-volt) = \( 1{,}60 \times 10^{-19} \, \text{J} \). Para converter energia em frequência, usa-se a relação de Planck: \( E = h\nu \), com \( h = 6{,}63 \times 10^{-34} \, \text{J·s} \).
domingo, 1 de junho de 2025
Novas e Supernovas
Algumas estrelas apresentam um aumento abrupto de luminosidade devido ao início de reações termonucleares descontroladas: são as novas e as supernovas. Há registros históricos de supernovas desde aproximadamente 1300 a.C., mas as mais conhecidas são a associada à Nebulosa do Caranguejo (SN 1054), a SN 1572, a SN 1604 e a SN 1987A.
A SN 1054 foi registrada por astrônomos chineses e por povos nativos da América do Norte. A SN 1572, observada por Tycho Brahe, atingiu magnitude aparente –4. Já a SN 1604, acompanhada por Johannes Kepler, chegou a –3. A SN 1987A, detectada na Grande Nuvem de Magalhães, foi a primeira supernova visível a olho nu desde 1604 e também a primeira cuja emissão de neutrinos foi detectada na Terra, confirmando modelos teóricos de colapso estelar.
|
| Nova Velorum 1999 (seta). Magnitude ~3 em 29/05/1999. Foto: Alberto Betzler, Zenit 12XS, filme ASA 100, exposição de 15 s. |
As novas ocorrem em anãs brancas que fazem parte de sistemas binários com transferência de massa. A matéria retirada da estrela companheira forma um disco de acreção devido à conservação do momento angular. O atrito no disco faz com que parte do material caia sobre a anã branca. Quando a massa acumulada atinge temperaturas e pressões suficientes, o hidrogênio se funde numa camada superficial por meio do ciclo CNO, que é proporcional a T20 — muito mais eficiente que o ciclo pp (T4).
|
| Sistema binário com transferência de massa. O disco de acreção surge pela conservação do momento angular. |
As supernovas são eventos muito mais energéticos. Emitem até 1051 erg no total (1 foe). A SN1987A teve luminosidade de pico de aproximadamente 1038 erg/s. São classificadas como Tipo I (sem hidrogênio no espectro) e Tipo II (com hidrogênio). As SN Ia ocorrem em anãs brancas com massa próxima ao limite de Chandrasekhar (~1,4 M☉), enquanto as SN II ocorrem por colapso de núcleo em estrelas massivas.
|
| Comparação entre curvas de luz de supernovas do Tipo I (verde) e Tipo II (azul). As Tipo I atingem maior pico de brilho. |
A curva de luz das SN Ia segue um padrão observacional conhecido como relação de Phillips, que permite utilizá-las como velas padrão para estimar distâncias cósmicas. Já as SN Ib e Ic, descobertas posteriormente, ocorrem em estrelas Wolf–Rayet com pouco ou nenhum hidrogênio, também por colapso de núcleo.
Glossário
- Magnitude aparente: Brilho observado da Terra.
- Magnitude absoluta: Brilho a uma distância padrão de 10 parsecs.
- Foe: Unidade de energia para supernovas (1051 erg).
- Espectro: Distribuição de intensidade da luz em função do comprimento de onda.
- Momento angular (L): Conservado nos sistemas binários. L = massa × velocidade × raio.
Minha Vivência com o Colonialismo Cultural na Ciência
Esta postagem tem um caráter de reflexão e registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, enviei uma...
-
Imagens de um relógio solar no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, estado de São Paulo. Este instrumento f...
-
O “Grande Meteoro” foi observado aproximadamente às 2h30min de 21 de abril de 2012 UT nos estados da Bahia (BA), Espírito Santo (ES), Minas ...
-
Imagens obtidas em 29 de dezembro de 2012 do drone BQM-1BR e seu propulsor turbojato "Tietê", quando expostos no antigo museu ...
-
Imagens de um "canhão do meio-dia" e um "relógio solar" que pertenciam ao Imperador Dom Pedro II. Esses instrumentos est...
-
Primeiro meteoro esporádico detectado pela câmera grande angular do Barbalho (Salvador, Bahia) no ano de 2013. O registro ocorreu às 05:22 d...


