domingo, 22 de junho de 2025

Buracos Negros

Buracos Negros
Imagem ROSAT do LMC X-1
Imagem do satélite ROSAT do candidato a buraco negro LMC X-1, localizado na Grande Nuvem de Magalhães (~160.000 anos-luz). A emissão em raios X se deve à recombinação de elétrons com átomos ionizados.

Um buraco negro é um objeto astronômico extremamente denso, cuja composição e estrutura ainda não são completamente compreendidas. O raio de um buraco negro é descrito pela equação de Schwarzschild: \( R = \frac{2GM}{c^2} \), sendo essa fronteira chamada de horizonte de eventos. Buracos negros podem se formar a partir do colapso de estrelas com mais de 20 massas solares. Por não emitirem radiação, sua observação direta é impossível, sendo identificados pelos efeitos gravitacionais sobre objetos vizinhos.

Em sistemas binários, a transferência de massa da estrela companheira pode formar um disco de acreção ao redor do buraco negro. A matéria, ao se mover pelo disco, aquece e emite radiação em uma ampla faixa do espectro eletromagnético, de raios gama a ondas de rádio. A emissão visível costuma ser fraca, tornando a observação por telescópios amadores impraticável.

Espectro eletromagnético
O espectro eletromagnético em escala logarítmica de frequência (\( \nu = \frac{c}{\lambda} \)).

As observações de candidatos a buracos negros são realizadas por telescópios espaciais como IRAS, OAO, Hubble, Compton, Ariel, Chandra e Granat. Esses instrumentos operam nas faixas do infravermelho, ultravioleta, raios X e raios gama. Observações terrestres ocorrem principalmente na faixa de rádio, em instalações como Arecibo e o VLA (Very Large Array), famoso pelo filme Contato.

Imagem V4641 Sgr VLA
Imagem do VLA na frequência de 4835,1 MHz do candidato a buraco negro V4641 Sgr. Com jatos de matéria e variações espectrais intensas, está a cerca de 1500 anos-luz e é classificado como microquasar.

Para diferenciar buracos negros de anãs brancas ou estrelas de nêutrons em sistemas binários, estima-se a massa do objeto invisível usando espectroscopia e o período orbital. Se essa massa excede os limites conhecidos para anãs brancas ou estrelas de nêutrons, considera-se a presença de um buraco negro.

OAO (Orbital Astronomical Observatory) foi uma série de satélites com telescópios UV totalmente orientáveis, lançados a partir de 1966. O OAO-II detectou uma supernova em 1972 e emissão ultravioleta proveniente da galáxia de Andrômeda (M31). O último da série, Copernicus, utilizou um telescópio de 80 cm. Informações sobre as missões OAO estão disponíveis no site Heavens Above.

Equação de Schwarzschild:
\( R = \frac{2GM}{c^2} \)
Onde:
\( R \) = raio do buraco negro
\( c \) = velocidade da luz (3 × 108 m/s)
\( G \) = constante gravitacional (6,67 × 10-11 N·m²/kg²)
\( M \) = massa do buraco negro
Um buraco negro com 1 massa solar tem \( R \approx 3 \) km.

Satélite ROSAT
O satélite ROSAT possuía um telescópio de raios X com 83 cm de abertura, sensível a energias entre 0,1 e 2,0 keV.

Obs.: 1 eV (elétron-volt) = \( 1{,}60 \times 10^{-19} \) J. Para converter energia em frequência, usa-se a relação de Planck: \( E = h\nu \), com \( h = 6{,}63 \times 10^{-34} \) J·s.

Referências

Kodama, T. (1998). Introdução à Astrofísica Nuclear. UFRJ/Instituto de Física, Rio de Janeiro, p.121.

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