domingo, 15 de junho de 2014

O Primeiro Meteoro Detectado em Amargosa

Primeiro meteoro esporádico detectado por uma câmera de TV de grande campo instalada no loteamento Santo Antônio, em Amargosa (Bahia, Brasil). Este dispositivo estava em fase de testes e estava instalado no quintal de minha casa. O meteoro surgiu na constelação de Órion, cruzando seu cinturão ("Três Marias"). O registro foi efetuado às 23:44:21 de 17-02-2014 UT. Esta câmera foi posteriormente instalada no teto do prédio administrativo do Centro de Formação de Professores da UFRB (CFP-UFRB).


domingo, 8 de junho de 2014

Aquecedores Solares em Amargosa

Imagem obtida em 07-06-2014, mostrando um conjunto de casas populares no bairro Katyara, em Amargosa (Bahia). Este conjunto foi construído no contexto do programa "Minha Casa, Minha Vida" do governo federal. O aspecto notável desta imagem é a utilização de aquecedores solares nas casas. Esses dispositivos são destinados a aproveitar a energia solar para aquecer a água para o banho e, possivelmente, para o preparo de alimentos. Esta iniciativa contribui para a redução do consumo de energia elétrica e gás e, em uma escala menor, para a diminuição da emissão de gases de efeito estufa.





domingo, 18 de maio de 2014

Asteroides 315, 58.547 e 166.382: Um Encontro no Céu

Imagem CCD com 180 s de exposição do asteroide 315 (Constantia). Este asteroide compartilhava o mesmo campo estelar com os objetos 58.547 (1997 FZ2) e 166.382 (2002 LA50) devido ao efeito de perspectiva. Na ocasião do registro, a distância entre os asteroides era de dezenas de milhões de quilômetros. A ideia popularizada por filmes de ficção científica de que os asteroides estão a poucas dezenas de metros entre si não é correta. A imagem foi obtida em 03-03-2014 UT, através do filtro R, usando o telescópio T21 da rede Itelescope no Novo México (EUA).


Diagrama gerado pelo programa "Astrometrica" mostrando os três objetos (círculos
vermelhos). Os círculos verdes representam  estrelas do catálogo USNO-B1.

Aninação comparando as posições obtidas dos três asteroides no instante do
registro. Diagramas orbitais gerados pelo "JPL Minor Planet Browser". A órbita mais
externa é a do planeta Júpiter.

sábado, 17 de maio de 2014

VJA8ACE = 2014 JO25

Soma de nove imagens CCD de 12s de exposição do NEO 2014 JO25 (círculo roxo) obtidas em 05-05-2014 UT, através do telescópio T11 da rede Itelescope, no Novo México (H06, EUA). Este objeto estava na lista de NEOs cuja órbita deveria ser refinada antes da obtenção da designação no padrão IAU. Colaborei com este objetivo, obtendo duas posições astrométricas nos filtros V e R. A magnitude R do objeto era 17,6 usando como referência o catálogo USNO-B1.


quinta-feira, 1 de maio de 2014

A Importância da Astrometria

A astrometria é a parte da astronomia dedicada à determinação das posições dos astros no céu. Graças às medições posicionais da Lua e do Sol realizadas há algumas centenas ou milhares de anos antes de Cristo por sacerdotes na Babilônia, foi possível desenvolver um calendário que culminou no que utilizamos atualmente. Com o advento da teoria gravitacional de Newton no início do século XVIII, foi possível justificar por que as órbitas dos planetas são elipses, conforme sugerido por Kepler. Essas descobertas só se tornaram viáveis devido às observações posicionais de planetas e cometas realizadas anteriormente.

Hoje em dia, um número excepcional de asteroides e cometas é descoberto anualmente por iniciativas profissionais e amadoras. Sem observações astrométricas precisas, as órbitas desses corpos ficam mal determinadas, o que pode levar à perda desses objetos. Um exemplo notável é o cometa 289P/Blanpain, que foi descoberto em 1819 e permaneceu perdido até ser reencontrado em 2013.

A astrometria pode ser realizada com um mínimo de recursos instrumentais e computacionais. Utilizando um telescópio com algumas dezenas de centímetros de abertura, equipado com uma câmera CCD e um PC, é possível montar uma estação astrométrica que contribua significativamente para a determinação das órbitas de asteroides e cometas. É fundamental que, mesmo em observações físicas desses corpos, suas coordenadas sejam determinadas e enviadas ao Minor Planet Center (MPC). O programa Astrometrica, desenvolvido por H. Raab, facilita consideravelmente esse trabalho.

Apresento alguns objetos que foram medidos por mim e meus alunos do curso de astrofísica observacional da UFRB, em 2013.2. Todas as imagens foram obtidas através do telescópio "dome 2" do Observatório Slooh das Ilhas Canárias (Espanha).

NEO 1998 QE2 (círculo roxo) - Imagem no filtro R obtida em 29-05-2013 UT.
As estrelas envolvidas por círculos verdes pertencem ao
catálogo astrométrico USNO-B 1.0 e estão presentes no registro. As
estrelas dentro dos círculos amarelos foram rejeitadas no 
processamento astrométrico. Imagem processada pelo
software Astrometrica. Posições medidas publicadas na MPEC 2014-J02.

NEO 2003 GS - Filtro R - 25-04-2014 UT. Posições medidas publicadas na
MPEC 2014-H46

NEO 2014 HV2 - 28-04-2014 UT - Soma das imagens obtidas nos filtros RGB. As imagens
foram centradas no asteroide em movimento (não perfeitamente), justificando as múltiplas estrelas
em linha. Posições medidas publicadas na MPEC 2014-H71


C/2012 K1 - Filtro B - 01-05-2014 UT

NEO 2014 GY48 - Filtro R - 01-05-2014 UT. Posições medidas
publicadas na MPEC 2014-JO7.

O colonialismo cultural na ciência

  Esta postagem é uma forma de catarse e também um registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, envi...