sábado, 3 de março de 2012

Sikhote-Alin - 65 anos

Na manhã de 12-02-1947, um bólido com brilho maior que o do Sol foi visto sobre as montanhas de Sikhote-Alin no leste da ex-URSS. O bólido entrou na atmosfera ao norte do ponto de impacto/observação em ângulo de 41 graus com o horizonte O meteróide-pai possuía uma massa pré-atmosférica estimada entre 90 a 100 Ton. O objeto se fragmentou gerando crateras com diâmetros que variaram de 8 a 26m. Os fragmentos coletados são do tipo metálico. Baseado nos relatos de diversos observadores, a órbita do meteróide foi determinada. O objeto possuia uma órbita com ponto de afélio no cinturão principal de asteróides. Diversas expedições exploraram o local do impacto posteriormente. As mais recentes se desenrolaram ao longo da década de 1990, e ainda encontraram milhares de fragmentos com massas entre < 10g  e  > 5000g.

Selo soviético comemorativo pelos 10 anos do evento.
Fonte: "Meteorite Stamps and Coins"



Parte de um vídeo soviético sobre o meteorito. 
O vídeo possui legendas em inglês.


sexta-feira, 2 de março de 2012

OVNI ?

Imagem da região Escorpião-Sagitário mostrando um "objeto voador não identificado" (OVNI). Será? Não! O objeto é, na verdade, um traço deixado pelo movimento de um balão de ar quente. O tempo de exposição desta foto foi de 15 a 20 segundos. Obtive a imagem em março de 1996, no mesmo dia em que observei o cometa Hyakutake no Rio de Janeiro.


quinta-feira, 1 de março de 2012

Meteorito Peekskill: Quase 20 Anos Depois

Quase vinte anos atrás, o meteorito Peekskill foi recuperado após gerar um bólido, observado por milhares de pessoas no oeste dos EUA. Abaixo estão alguns dos 16 registros em vídeo do bólido associado a esse meteorito. Os registros em vídeo e fotografia possibilitaram a determinação de sua trajetória atmosférica e órbita. Este meteorito tornou-se famoso por ter atingido um carro na cidade de Peekskill, em Nova York.



quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Telescópio Zeiss do OPD

Algumas imagens do telescópio Zeiss Jena de 0,6 metro, instalado no Observatório do Pico dos Dias (OPD). Esse instrumento é idêntico ao chamado "telescópio principal" do Observatório Astronômico da Serra da Piedade. Utilizei o Zeiss em apenas uma missão observacional, com cerca de duas semanas de duração, em janeiro de 1999. O apontamento do telescópio era totalmente manual.

Devido às péssimas condições climáticas durante aquele período, consegui obter apenas um número limitado de imagens de meus dois alvos: o asteroide (140) Siwa, então considerado alvo potencial da missão Rosetta da ESA, e o cometa C/1997 BA6 (Spacewatch), que cogitei estudar em meu projeto de mestrado em astronomia, iniciado no Observatório Nacional, mas infelizmente não concluído. O objetivo das observações era determinar os períodos de rotação dos objetos.

Considero o Zeiss um excelente instrumento. Na segunda metade da década de 1990, os telescópios de 1,6 metro Perkin-Elmer e de 0,6 metro Boller & Chivens tiveram seus sistemas de apontamento automatizados. No entanto, o mesmo não ocorreu com o Zeiss. Recordo-me de ter questionado por que esse telescópio não foi incluído no programa de modernização. A justificativa apresentada relacionava-se ao fato de sua montagem ser do tipo equatorial germânica, enquanto os outros dois telescópios utilizavam montagens do tipo garfo. Essa explicação me pareceu insatisfatória, uma vez que já existiam, à época, telescópios amadores com montagens germânicas totalmente automatizadas.

É possível que a decisão tenha sido motivada por questões de custo e pela necessidade de adaptar o software de controle para esse tipo de montagem. Ainda assim, acredito que a automatização do apontamento beneficiaria significativamente esse instrumento. Um telescópio dessa classe possui grande potencial para o desenvolvimento de pesquisas em astrofísica estelar e no estudo de objetos do Sistema Solar.





Você pode encontrar imagens de outros telescopios do OPD nos seguines links: 123

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Por que a ciência não é levada a sério no Brasil?


O incêndio recente na estação brasileira na Antártica motivou a escrita deste post. A pergunta que guia este texto é bastante complexa. Não possuo formação profunda em filosofia ou história da ciência. O que expresso aqui é puramente minha opinião humilde. O ponto que vou abordar é o que considero crucial: os nossos governantes não se importam muito com a ciência. Eles acreditam que a ciência básica não tem utilidade prática alguma. Isso se reflete na falta de investimento no avanço científico e tecnológico do nosso país, uma situação recorrente ao longo da história do Brasil. A noção de que a ciência é inútil está completamente equivocada. A ciência foi concebida para melhorar a qualidade de vida da nossa espécie. Se hoje desfrutamos de mais longevidade e alimentação adequada, devemos isso às pesquisas científicas básicas realizadas séculos atrás. O problema reside no fato de que nossa população, de onde surgem nossos políticos, não recebe uma educação adequada. Nossa educação é principalmente voltada para a memorização, visando alcançar boas notas em exames de ingresso em instituições de ensino superior. Os estudantes nas escolas de ensino fundamental não realizam experimentos de física, química ou biologia. Se eles não compreendem o funcionamento da ciência, é inevitável que não a considerem importante. A população em geral desconhece que o mundo em que vivemos atualmente nem sempre foi assim. Em 1910, a expectativa de vida média no Brasil era de apenas 33 anos, e doenças hoje tratáveis eram fatais. Não existia internet e telefones eram raros. A população não percebe que foi a ciência que moldou o mundo moderno como o conhecemos hoje. Assista aos vídeos (1) e (2) abaixo e perceba como a educação da população nunca foi uma prioridade para nossos políticos.


(1) -Vídeo da FIOCRUZ sobre a Revolta da Vacina. Em 1904, a população do Rio de Janeiro se revoltou com a  vacinação obrigatória contra a varíola.  Exemplo clássico do que discuti nesta postagem.

(2) - Parte (1) do excelente programa "Linha Direta" sobre o acidente radiológico de
 Goiânia em 1987. Outro exemplo de que nossa população deve ter uma alfabetização científica mínima para viver em nossa época. Alguém duvida que este acidente não aconteceria novamente? 


Parte (2)

Parte (3)

Parte (4)


Minha Vivência com o Colonialismo Cultural na Ciência

  Esta postagem tem um caráter de reflexão e registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, enviei uma...