quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

C/2011 W3 (Lovejoy) - (0) - Aprendendo a fotografar um cometa rasante solar

Cometa rasante solar Lovejoy (indicado pela seta). Imagem obtida às 4h23 (7h23 UT) de 21/12/2011 com uma câmera Nikon D80, exposição de 4 segundos e lente de 18 mm. A foto foi tirada na entrada de um pasto no perímetro urbano de Boa Esperança do Sul, São Paulo. A "cabeça" do cometa não era visível. Estimei que a cauda de gás e poeira tinha cerca de dez graus de comprimento. A semelhança morfológica com o cometa rasante solar Ikeya-Seki, de 1965, é impressionante.


sábado, 17 de dezembro de 2011

Esperando um grande meteoro....

A detecção de um fireball com potencial para gerar meteoritos é um dos resultados mais aguardados por todos que se dedicam à observação de meteoros. Um evento com essa capacidade pode atingir uma magnitude próxima à da Lua Cheia, cerca de –13. No entanto, a probabilidade de detectar um objeto dessa natureza é extremamente baixa.

Um modelo baseado na distribuição de magnitudes aparentes de 49 meteoros registrados pela RBDM, entre julho e outubro de 2011, sugere que, a cada mil detecções, apenas um fireball com magnitude –13 pode ser observado. Essa estimativa, no entanto, entra em conflito com os dados obtidos por outras redes, como a MORP ou a FIDAC. Entre os fatores que explicam essa discrepância estão o campo de visão reduzido, a magnitude limite do sistema e a área da superfície terrestre efetivamente coberta pela câmera.

Em todo caso, considerando que detectei um bólido com pico de magnitude –4,4 após 650 horas de observações, é provável que ainda tenha de esperar um bom tempo até registrar um evento mais extremo.

Câmera da Estação do Barbalho no começo de mais uma
 noite de observação. Foto de 06/12/2011 - 18:14 (21:14 UT).
Vênus é visível no horizonte. Esta imagem foi publicada em minha tese
 de doutorado na UFBA.

Câmera da RBDM quase no meio de uma sessão observacional.
Imagem obtida em  11/12/2011 - 03:23 (06:23 UT). A Lua é visível
próximo ao horizonte ao noroeste.


Distribuição de magnitudes de 49 meteoros RBDM. A linha tracejada
 é uma função exponencial. As previsões baseadas neste modelo  não  são compatíveis com os dados MORP ou FIDAC.  Isso é uma evidência de ocorrência de  erros sistemáticos nos dados coletados por minha câmera.



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cometa Lovejoy

O C/2011 W3 (Lovejoy) é um cometa rasante solar pertencente à família de Kreutz. Cometas desse tipo seguem órbitas extremamente próximas ao Sol, a ponto de muitos se desintegrarem ou colidirem com a superfície solar durante o periélio.

Uma das hipóteses mais aceitas para a origem da família de Kreutz é que ela se formou a partir da fragmentação de um grande cometa progenitor. Com base na análise das órbitas de alguns de seus membros, acredita-se que esse corpo original possa ter sido o chamado Grande Cometa de 1106.

Diferente da maioria dos cometas de Kreutz, o cometa Lovejoy apresenta características incomuns. Estima-se que seu núcleo tenha algumas centenas de metros de diâmetro, o que o torna pelo menos dez vezes maior que o tamanho típico dos objetos dessa família. Seu periélio ocorreu em 16 de dezembro (UT), quando atingiu uma distância mínima da superfície solar ligeiramente superior à metade da distância entre a Terra e a Lua.

Durante essa passagem próxima ao Sol, o cometa sofreu a desconexão da cauda de poeira (indicada por seta), um fenômeno resultante da intensa interação com o vento solar. A imagem apresentada abaixo mostra a trajetória do cometa a partir da sobreposição de sete registros obtidos pela câmera LASCO C3 do satélite SOHO.

Sequencia do movimento orbital do C/2011 W3.  Os tempos são UT. 1 - 14/12 - 9:32; 2 - 15/12 - 9:30; 3 - 15/12 - 16:30; 4 - 16/12 - 00:18; 5 (após o periélio) - 16/12 - 00:18;  6 -  16/12 - 16:30 e 7 -  16/12 - 22:30.  O traços na coma do Lovejoy são causados pela saturação do CCD da câmera. O cometa esta muito brilhante. O pontos brilhantes na imagem são causados pelo impacto de raios cósmicos e  outras partículas eletricamente carregadas emitidas pelo Sol.



Vídeo, quase que surreal, mostrando o cometa se afastando do Sol após o periélio. O
vídeo foi gerado a partir de imagens obtidas na faixa do UV por um instrumento a bordo do SDO.
A velocidade do movimento foi  muito exagerada. Fonte: Space Weather




quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

(2060) Chiron

Telescópio Boller & Chivens de 0,60 m do LNA apontado para o centauro (2060) Chiron. O objeto não é visível na imagem. Astrofotografia obtida em 1995 com uma câmera Zenit 12XS, 10 minutos de exposição e filme Kodak ASA 100. Os dados coletados nesta observação foram utilizados no artigo "2060 Chiron: Back to a Minimum of Brightness", de 1996.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Aplicativo para Contagem de Meteoros

O Meteoroid Environment Office (MEO), da NASA, desenvolveu um aplicativo gratuito para a coleta de dados sobre meteoros: o Meteor Counter. Disponível no iTunes, o aplicativo foi criado para dispositivos Android.

O Meteor Counter permite registrar a faixa de magnitude dos meteoros, segundo o padrão da International Meteor Organization (IMO), além do instante da observação e da localização geográfica do observador. Após o registro, os dados são enviados automaticamente ao MEO para análise.

O objetivo da iniciativa é auxiliar na identificação de novas chuvas de meteoros e na determinação da distribuição de massa dos meteoroides que colidem com a Terra.

Abaixo, o vídeo sobre o Meteor Counter:


Minha Vivência com o Colonialismo Cultural na Ciência

  Esta postagem tem um caráter de reflexão e registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, enviei uma...