quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

(2060) Chiron

Telescópio Boller & Chivens de 0,60 m do LNA apontado para o centauro (2060) Chiron. O objeto não é visível na imagem. Astrofotografia obtida em 1995 com uma câmera Zenit 12XS, 10 minutos de exposição e filme Kodak ASA 100. Os dados coletados nesta observação foram utilizados no artigo "2060 Chiron: Back to a Minimum of Brightness", de 1996.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Aplicativo para Contagem de Meteoros

O Meteoroid Environment Office (M.E.O) da NASA criou um aplicativo que possibilita a coleta de dados de meteoros. O "meteor counter" é gratuito e pode ser encontrado no Itunes. O programa foi desenvolvido para o ambiente Android. O aplicativo possibilita o registro da faixa de magnitude do meteoro, usando um esquema I.M.O, instante da observação e localização geográfica do observador. Após o registro, as informações são enviadas ao M.E.O para processamento. O objetivo desta iniciativa é possibilitar a identificação de novas chuvas de meteoros e a distribuição de massa dos meteoróides que colidem com a Terra. Abaixo o vídeo sobre o "meteor counter":


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

ISS

International Space Station (ISS) em fevereiro de 2001. Imagem obtida no campus do Observatório Nacional do Rio de Janeiro. O traço provocado pela passagem da estação está no canto inferior direito. No início do traço, vemos o planeta Saturno. A poluição luminosa é gerada pela luz de lâmpadas de sódio no porto, refletida nas nuvens.






segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Lunokhod 2

O Lunokhod 2, ou "caminhante lunar", é um rover que foi lançado pela URSS em janeiro de 1973. O robô chegou à Lua em 15 de janeiro de 1973, a bordo da Luna 21. Após percorrer 37 km no interior da cratera Le Monnier e obter mais de 80.000 imagens, o rover deixou de funcionar. Sua posição final era uma incógnita. Em 2010, o professor canadense P. Stooke anunciou que havia encontrado o Lunokhod 2 em imagens obtidas pela LRO. Um pulso de laser foi emitido na direção do rover, e o retrorefletor do Lunokhod 2 devolveu um fluxo elevado em comparação com o equivalente obtido das estações deixadas pelo projeto Apollo. Um vídeo da rede russa RT, relatando a descoberta, é apresentado abaixo. 






domingo, 11 de dezembro de 2011

C/1996 B2 (Hyakutake)

Minha história com o cometa Hyakutake foi engraçada. 

O C/1996 B2 atingiu seu pico de brilho no final de março de 1996. Eu era aluno de iniciação científica no Observatório Nacional do Rio de Janeiro na época, e ouvi dois astrônomos  comentando na biblioteca: "É o cometa mais brilhante em 25 anos!" e  "Ele está na constelação da Libra!". Fiquei com aquelas informações na cabeça. Lembrava que o cometa mais brilhante em 25 anos havia sido o espetacular West. Aproximadamente às 22h (01h UT), daquele mesmo dia do início de abril, a constelação da Libra era visível a 30-40 graus de altura. Procurei o cometa no céu, efetuando um procedimento que deve ter sido repetido por astrônomos há séculos. Comparei os objetos visíveis no céu com os presentes em uma carta celeste para  buscar um "intruso". Para meu espanto, uma das estrelas não estava na carta, e além disso tinha um aspecto nebuloso. Não tinha mais dúvidas: eu acabara de encontrar o cometa Hyakutake no céu!  Pensei comigo mesmo: "Finalmente, estou vendo um  cometa decente!" "Decente" porque era brilhante o suficiente para ser visível a olho nu e ainda por cima possuía uma fraca cauda. Acordei minha mãe para que ela pudesse ver o objeto e montei meu telescópio newtoniano de 0,3m f/6 logo em seguida. Com 60x de aumento, pude perceber uma tênue estrutura espiral na coma do cometa. Como este cometa é do tipo NEO e sua inclinação orbital era bastante elevada, ele rapidamente não seria mais visível da latitude do Rio de Janeiro. Nos dois fins-de-semana seguintes, usei dois rolos de filme Kodak ASA 100, com 36 exposições cada, para registrar o objeto. 

Apresento algumas imagens  obtidas num sábado de abril (1 a 4) e no domingo da semana seguinte  (5 a 7). Todas foram obtidas com 15s de exposição e uma câmera Zenit 12 XS. Não sei exatamente a data da obtenção destas imagens. Não me preocupava tanto com registros exatos de tempo quanto hoje.

Uma bela frase é atribuída ao descobridor deste objeto:

"I don't care about the naming of the comet. If many people could enjoy that comet, that is the happiest thing for me."
- Yuji Hyakutake, 1996

Yuji Hyakutake morreu de aneurisma em 2002, aos 51 anos de idade. Acho que ele sintetizou tudo que senti ao ver aquele objeto no céu.

Imagem 1 - Minha primeira foto do cometa

Imagem 2

Imagem 3 - C/1996 B2 e o Morro do Sumaré que divide as zonas sul e norte
da cidade do Rio de Janeiro.

Imagem 4 - As luzes saturadas a esquerda do Hyakutake são associadas
a torres repetidoras de rádio e televisão,

 Imagem 5 - Última imagem do Hyakuate obtida oito dias depois da sequência anterior. O objeto
estava muito ao norte. Tive que me deslocar para a residência de um colega na região oceânica de Niterói para ter um horizonte sem obstáculos. O único problema foi a poluição luminosa. Isto é evidente na foto.

Imagem 6 - Imagem anterior com uma correção de "background"  proporcionada pelo
software IRIS.

Imagem 7 - Região Escorpião-Sagitário. A poluição luminosa era localizada
apenas na direção noroeste, justo onde o Hyakutake era visível.

O colonialismo cultural na ciência

  Esta postagem é uma forma de catarse e também um registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, envi...