terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Finalmente ISON!!!

Depois de três tentativas, ao longo de dois meses, finalmente obtive uma imagem CCD do cometa C/2012 S1 (ISON). Nas tentativas anteriores, estava utilizando os telescópios do "Slooh". Apesar da qualidade do sítio de observação, o tempo de exposição é fixo em 40s. Este tempo é insuficiente para registrar o objeto com um sinal-ruído razoável.  O registro atual foi obtido em 11-12-2012 UT, no observatório espanhol da rede "Itelescope", com o telescópio T7 + filtro Johnson R. O tempo de exposição foi de 300s. O objeto apresentava uma tênue coma e magnitude V=16.65±0.09.

Minha análise das cores deste cometa foram publicadas em Betzler et al (2017).

C/2012 S1 (seta)

Diagrama orbital no instante de obtençao da imagem.
Fonte:  JPL Small-Body Database Browser. O círculo mais externo é a órbita de Júpiter.



Um belíssimo trecho de um livro

Parte final do comentário sobre o artigo "Uma relação do extraordinário meteoro visto em toda a Inglaterra aos 19 de março de 1719" escrito por Edmond Halley, publicado no livro Cometa (1985) de  Carl Sagan & Ann Druyan:

"Halley não tem mão de si; está sôfrego por saber, e a impaciência suplanta a sua polidez habitual. Quer saber tudo sobre o meteoro: altitude, velocidade, o som que produziu, de que tamanho era, de que era feito. Não podemos deixar de sentir-nos privilegiados por conhecemos as respostas a essas perguntas; não podemos deixar de desejar que de algum modo nos fosse dado compartilhá-las com ele."

Capa do livro "Cometa" em língua inglesa.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Cometas Rochosos e os Geminídeos

As chuvas de meteoros são tema recorrente no portal Science@NASA. Por ocasião do pico dos Geminídeos, entre 13 e 14 de dezembro de 2012 (UT), um vídeo publicado discutia a origem dessa chuva: o asteroide (3200) Phaethon.

Observações da sonda STEREO-A revelaram um aumento no brilho do objeto durante o periélio, sugerindo que algum processo interno provocou sua fragmentação, possivelmente originando os meteoroides geminídeos. Esses estudos apontam para a existência de uma nova classe de objetos, os chamados "cometas rochosos".

A câmera de meteoros instalada em minha residência registrou quatro Geminídeos em 2011 — fato relatado em uma postagem anterior deste blog.







domingo, 9 de dezembro de 2012

(4179) Toutatis novamente nas cercanias da Terra

Imagem CCD LRGB do PHA (4179) Toutatis obtida através do telescópio "Dome 2" do Observatório Slooh. Este asteroide terá uma passagem próxima à Terra em 12-12-2012 UT. A última ocasião foi em 2004. No presente encontro, o objeto estará a 6,9 milhões de quilômetros do nosso planeta ou 18 vezes a distância Terra-Lua. O objeto será observado via radar e in situ pela sonda chinesa Chang`e-2. Uma colisão de Toutatis com a Terra não é provável. Como o objeto que cruza as órbitas dos planetas interiores, há a possibilidade que Toutatis obtenha energia suficiente para atingir a velocidade de escape do Sistema Solar. Este objeto possui formato irregular e um estado de rotação complexo do tipo "tumbling". O objeto roda simultaneamente ao redor de dois eixos dando literalmente "cambalhotas no céu". Toutatis foi o primeiro asteroide em que este estado rotacional foi seguramente reconhecido. Às 22:17h de 12-12-2012 (Hora de Brasília), o objeto estará na constelação do Peixes, com magnitude em torno de 11. Esta magnitude implica que Toutatis não é visível a olho nu. O asteroide poderá ser observado com pequenos telescópios de abertura da ordem de 6 cm, percorrendo o diâmetro angular da Lua no céu em 1,5 horas.

Imagem LRGB do objeto. Os pontos coloridos, antes do "traço" associado ao movimento de Toutatis, são as imagens do objeto obtidas nos filtros  "B',"G" e "R". Nota-se um espaçamento entre as imagens nestes filtros. Isto é causado pelo tempo necessário para a troca de filtros e pelo movimento orbital do asteróide. Este efeito não é observado no "traço" (seta). Este traço é o resultado da soma de duas imagens consecutivas obtidas através do filtro "L".

Modelo de Toutatis em rotação. A forma do asteróide foi
obtida a partir de observações radar.

sábado, 8 de dezembro de 2012

17P/Holmes em Outburst

Imagem em cores falsas do cometa 17P/Holmes, obtida em 15 de novembro de 2007 (UT), em Salvador. A imagem foi produzida a partir da soma de três exposições de 15 segundos, realizadas com filtros Bessell B, V e R, utilizando um telescópio Meade 12" LX200 e um CCD SBIG ST-7XME. Esta imagem integra o segundo capítulo da minha tese de doutorado defendida na Universidade Federal da Bahia (UFBA).



Minha Vivência com o Colonialismo Cultural na Ciência

  Esta postagem tem um caráter de reflexão e registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, enviei uma...