sábado, 26 de novembro de 2011

Canhão Atômico

O uso de canhões para lançar armas nucleares foi uma realidade durante quase 40 anos nos arsenais dos EUA e da URSS. Essas armas foram desenvolvidas para serem utilizadas contra inimigos próximos. O primeiro canhão a disparar uma bomba nuclear foi a "Atomic Annie". Esta arma era um canhão de 11 polegadas, capaz de lançar um projétil de 364 kg a uma distância de 11 km. O projétil em questão era uma bomba nuclear de urânio, cujo princípio de funcionamento era semelhante ao da bomba lançada sobre Hiroshima. A energia liberada era de 15 quilotons de TNT, equivalente à bomba de Hiroshima, porém com apenas 8% de sua massa.

No total, 20 unidades da "Atomic Annie" foram construídas e posicionadas na Coreia e na Europa. Felizmente, essas armas nunca foram utilizadas em combate. O canhão tornou-se obsoleto quando a miniaturização das armas nucleares permitiu a criação de projéteis que podiam ser disparados por canhões convencionais, como o M110. Abaixo, você encontrará o vídeo do primeiro teste da "Atomic Annie", realizado em maio de 1953:




sexta-feira, 25 de novembro de 2011

RBDM14 - Um meteoro, um avião e um inseto

O meteoro RBDM14 foi detectado às 03:49 (06:49 UT) do dia 08/07/2011. O pico de magnitude apresentado pelo objeto foi de -2,7. No campo, também foram registrados o movimento de um avião e um inseto que estava andando sobre o domo da câmera.




BFN14 (seta negra) no pico de magnitude.
O avião é indicado pela seta vermelha.

Curva de luz instrumental de BFN14. O ajuste é polinomial.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sondas Espaciais Extraterrenas

O título desta postagem pode parecer estranho, mas o envio de uma sonda para estudar ou estabelecer contato com uma civilização extraterrestre é uma forma de comunicação eficiente. A partir de 1979, R. A. Freitas e F. Valdes conduziram duas buscas por objetos artificiais extraterrestres nos pontos lagrangeanos associados ao sistema Terra-Lua. Essa pesquisa utilizou telescópios de pequeno porte na Califórnia e no Arizona (EUA), que não possibilitaram a detecção de nenhum objeto.

Em 1991, o asteroide 1991 VG, com cerca de 10 metros de diâmetro, foi descoberto pelo Spacewatch. Esse objeto teve uma passagem próxima ao nosso planeta em dezembro daquele mesmo ano. Devido à rápida variação periódica de brilho e à órbita idêntica à da Terra, esse objeto foi considerado um forte candidato a ser uma sonda alienígena. Na realidade, 1991 VG é um possível fragmento da crosta lunar ejetado a partir de um grande impacto. A ficção se baseou nessa hipótese em várias ocasiões. Há dois episódios de Star Trek: The Next Generation sobre este tema: "The Inner Light" e "The Nth Degree".



Trailer de "The Inner Light"

Trailer de "The Nth Degree"


terça-feira, 22 de novembro de 2011

2008 BT18

O asteróide binário 2008 BT18 foi observado em Salvador de 24 à 26 /07/2008. 458 imagens de 30s de exposição foram obtidas. O período de rotação foi estimado em 2,726±0,007h com uma amplitude de curva de luz de apenas (4,5±0,2)x10-2 .Dada a pequena amplitude, este objeto poderia ser esférico com uma superfície pouco irregular ou homogênea do ponto de vista mineralógico. Alternativamente, o objeto poderia estar com o eixo de rotação voltado para o observador no instante das observações. Creio que esta última hipótese é mais razoável dado o formato irregular do objeto. Usando magnitudes disponíveis nas circulares do MPC, estimei a magnitude absoluta H e "slope index" G como sendo 18,6±0,2 e 0,2±0,1.

Curva de luz de 2008 BT18 em termos de fase rotacional e ajustada em
 um período de 2,726h. Como a mesma é ruidosa, ela foi classificada
como tendo rentabilidade rel=1.

Curva de fase H-G de 2008 BT18. A curva negra é o ajuste encontrado. A vermelha esta
associada a G=0,15, o padrão usado pelo MPC na estimativa de magnitudes dos asteróides.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O astrônomo recomenda: "Deep Impact"

O filme "Deep Impact" de 1998 é um dos dois filmes catástrofe que foram lançados após a colisão do cometa Shoemaker-Levi 9 com Júpiter. Eu gosto do filme apesar de algumas "liberdades poéticas" que foram cometidas para deixar a obra mais "dinâmica". Uma das cenas mais incoerentes foi o momento em que um astrônomo profissional esta observando o céu. Após obter uma imagem de um novo cometa, ele conseguiu concluir que este objeto colidiria com a Terra. ISSO COM APENAS UMA IMAGEM, apenas um ponto. Isso é errado. Para o caso do asteróide Apophis, foram anos de observação para determinar sua órbita com um nível de exatidão satisfatório para excluir o risco de colisão. Este objeto terá uma passagem a menos de 50.000km da Terra em 2029. Outra "liberdade"  foi a nave "Messiah" (Messias). O sistema de propulsão é do tipo pulso nuclear. Uma série de bombas atômicas são liberadas na parte traseira da nave e detonadas. A pressão de radiação, agindo em uma placa, impulsiona a nave para para frente. O astronauta responsável por este exótico mas factível sistema de propulsão era russo. Russo? Quem teve a primeiro a idéia e testaram protótipos foram pesquisadores estadunidenses. Na URSS/Rússia, não houve um desenvolvimento semelhante. Também achei a placa absorvedora pequena e nas duas ocasiões nas quais o motor era acionado apenas uma bomba foi detonada. Existem outros deslizes que são magistralmente discutidos no "Bad Astronomy". De qualquer forma, eu recomendo. Boa diversão para um sábado chuvoso em casa.


Um dos trailers do filme



Projeto Órion de propulsão por pulso nuclear

O colonialismo cultural na ciência

  Esta postagem é uma forma de catarse e também um registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, envi...