segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Supernova SN 2014J em M-82

Uma brilhante supernova tipo IA foi descoberta na galáxia M-82 em 21-01-2013 UT. Supernovas tipo IA são denominadas de "velas cósmicas" pois, se considera que todos os objetos desta classe possuem um mesmo brilho intrínseco (magnitude absoluta). Como a magnitude diminui com o inverso do quadrado da distância, a distância de SN 2014J até a Via Láctea pode ser estimada.  Entretanto, estes objetos podem não serem todos iguais. Deste modo, a hipótese de "velas cósmicas" para todas as Ia pode ser incorreta. SN 2014J mostra sinais de não ter um comportamento usual de outras supernovas Ia. O registro da supernova (seta) foi obtido através do telescópio "Dome 2" do Observatório Slooh das Ilhas Canárias. A magnitude do objeto era próxima de 11 no instante do registro.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Minhas Primeiras Astrofotografias Realizadas em Amargosa

Astrofotografias das constelações de Órion, Gêmeos e Câncer-Leão foram obtidas entre 01:43 e 01:52 UT de 26 de janeiro de 2014, no loteamento Santo Antônio, em Amargosa (Bahia), utilizando uma câmera Nikon D80 com lente f/5 e tempo de exposição de 15 segundos por imagem. Para cada campo, foram capturadas quatro imagens consecutivas, posteriormente alinhadas e somadas no software IRIS, com o objetivo de aumentar a razão sinal-ruído (SNR), que cresce com a raiz quadrada do número de exposições empilhadas.

Apesar da melhora na SNR, a magnitude limite obtida nas imagens somadas foi de aproximadamente 6,1, conforme verificado por contagem automatizada de estrelas e comparação com catálogos estelares. Esse valor reflete as condições reais do local de observação, com poluição luminosa moderada e céu de qualidade compatível com a classe 5 ou 6 na escala de Bortle1.

Região de Órion. M-42 está perto do centro da imagem. Sirius está na parte superior.
Região de Gêmeos. Júpiter é o objeto mais brilhante da imagem.
Região de Câncer-Leão. M-44 está próximo ao centro da imagem.

1 A escala de Bortle é um sistema de classificação da escuridão do céu noturno, variando de 1 (céu excepcionalmente escuro) a 9 (céu urbano intensamente iluminado). Locais de classe 5 ou 6 são caracterizados por poluição luminosa perceptível, com a Via Láctea visível apenas tenuemente (classe 5) ou praticamente invisível (classe 6), dificultando a observação de objetos de céu profundo e limitando a magnitude estelar observável.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Cometa descoberto por brasileiros no interior de Minas Gerais

Os astrônomos amadores Cristóvão Jacques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro de Barros descobriram um cometa com magnitude estimada em 18. O objeto foi identificado em imagens CCD obtidas em 12-01-2014 UT, com um astrógrafo de 0,45 m f/2,9 instalado em Oliveira (Minas Gerais, Brasil). O instrumento foi concebido para a busca de Near Earth Objects (NEOs, asteroides e cometas) no contexto do projeto SONEAR (Southern Observatory for Near Earth Research). O grupo dedicou a descoberta ao brasileiro Vicente Ferreira de Assis Neto e ao italiano Giovanni Sostero. Ambos são falecidos e dedicaram suas vidas à observação de corpos menores do sistema solar. Este bloguista parabeniza o grupo pela descoberta e pela iniciativa SONEAR. Considero este projeto de extrema importância, pois o hemisfério sul é carente de estações dedicadas à busca por NEOs. Este sucesso é um incentivo à multiplicação de iniciativas como esta no Brasil.

Imagem CCD do cometa C/2014 A4 (SONEAR). A imagem
é resultante da soma de 25 imagens de 30s de exposição obtidas
com o telescópio Faulkes  Sul. Fonte: Remanzacco Observatory

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Um satélite dando cambalhotas no céu

Registro do sobrevoo de um satélite não identificado às 22h06 UTC do dia 12 de dezembro de 2013.
O objeto apresentava sinais consistentes de rotação simultânea em dois eixos, o que sugere um movimento irregular, como se estivesse realizando “cambalhotas” no céu. Esse comportamento explica a variação periódica no brilho aparente, com dois picos distintos de magnitude observados durante o evento. O período de rotação mais curto estimado é de 0,34 segundos.

O registro foi feito por uma câmera de grande angular instalada em Salvador, Bahia.


Registro da primeira série de "cambalhotas" (vermelho). Soma de 225 frames de 0,033s.
Imagem gerada pelo software "UFOCapture".




domingo, 5 de janeiro de 2014

Pequeno Asteróide colide com a Terra em 2014

Um objeto de 2 a 3m de diâmetro colidiu com a Terra 19 horas após sua descoberta nos primeiros instantes de 2014. O asteróide 2014 AA foi detectado pelo Catalina Sky Survey quando apresentava magnitude aparente 19. O objeto provavelmente explodiu na atmosfera a 3000 km oeste de Caracas (Venezuela), sobre o Oceano Atlântico.



Sequência com quatro imagens mostrado o meteoróide 2014 AA.
O intervalo entre as exposições é aproximadamente de nove minutos.
Fonte:Catalina Sky Survey/Wikipedia



Posição do ponto de impacto baseado na triangulação de sinais infrassônicos captados por observatórios terrestres. Uma das estações esta localizada no Brasil, e pertence a Universidade de Brasília (IS04). Fonte: Wikipedia

sábado, 4 de janeiro de 2014

LBV em M-33

Imagem CCD LRGB da M-33 varC (W31284) obtida com o telescópio "dome 2" do Observatório Slooh das Ilhas Canárias (Espanha). Esta LBV foi descoberta por Edwin Hubble e Allan Sandage em 1953, e se encontra em erupção. A magnitude do objeto foi próxima de 16 no instante do registro.


Minha Vivência com o Colonialismo Cultural na Ciência

  Esta postagem tem um caráter de reflexão e registro para futuras gerações de cientistas brasileiros. Em 15 de dezembro de 2022, enviei uma...